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Jornalismo independente, progressista e dissidente
Geógrafo e engenheiro, Christovam Barcellos é um nome referencial quando o assunto é a relação entre as consequências da emergência climática e as doenças infeciosas. Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das mais importantes instituições sanitárias do Brasil, Barcellos explica como o desmatamento das florestas tropicais, em regiões como a Amazônia e o Sudeste Asiático, e o degelo da permafrost, no Ártico e em zonas da Sibéria, podem levar ao surgimento de novas pandemias de vírus e bactérias sobre os quais temos pouca ou nenhuma informação.
O assassinato da vereadora Marielle Franco faz dois anos a 14 de março. Esta semana, entrevistamos a ativista Eliana Sousa Silva, da Redes da Maré, ONG que funciona no Complexo de Favelas da Maré, onde nasceu e se criou Marielle Franco. Na entrevista, ela fala-nos da trajetória de Marielle, do impacto da sua morte e do contexto político e social do complexo de favelas, que sintetiza o estado de crise e crime do Rio de Janeiro e do Brasil.
Líder espiritual ou charlatão? Religioso ou político? Pastor ou empresário? Dogmático ou pragmático? Estas são algumas das perguntas que as brasileiras e os brasileiros fazem a si mesmos diante de um dos seus personagens mais complexos e influentes: o bispo, empresário e – por que não? – político Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). O jornalista Gilberto Nascimento, autor do livro “O Reino: a história de Edir Macedo e uma radiografia da Igreja Universal”, fala sobre a ascensão política de Edir Macedo e a IURD.
Lê-se numa carta aberta publicada no jornal inglês The Guardian “o governo de Jair Bolsonaro, com a colaboração dos seus aliados de extrema direita, tem destruído aos poucos, de maneira sistemática, as instituições culturais, científicas e educacionais do país, assim como a imprensa”. Entre os signatários estão os compositores Chico Buarque, Caetano Veloso e Milton Hatoum. Esta semana, entrevistamos a jornalista Laura Mattos sobre a guerra cultural no Brasil e os poderes que ainda hoje alimentam a censura
Glenn Greenwald é o jornalista que deu a conhecer Edward Snowden, responsável por revelar o escândalo de vigilância global ilegal dos serviços secretos norte-americanos. Por causa desse trabalho, ele e a equipa do The Guardian USA venceram um Prémio Pulitzer. Co-fundador do The Intercept, foi um dos responsáveis pela série de reportagens que passariam a ser conhecidas como “Vaza Jato”, em referência à mega-operação Lava Jato, que investigou e prendeu dezenas de políticos e empresários poderosos. Na investigação, feita a partir de transcrições de conversas entre Sergio Moro, juiz responsável por várias condenações na Lava Jato (incluindo a de Lula da Silva), e vários membros do Ministério Público Federal (MPF) brasileiro, entre eles Deltan Dallagnol, que comanda a investigação em Curitiba, revela-se que Moro e o MPF trabalhavam juntos, delineando estratégias para condenação dos seus “alvos”. A partir desse momento, Glenn tem sido atacado e ameaçado recorrentemente, até pelo presidente Jair Bolsonaro, que sugeriu que ele pudesse ser preso. Nesta entrevista, fala sobre a Vaza Jato, jornalismo independente e o papel de whistleblowers na sociedade.
Ricardo Galvão foi exonerado do cargo de diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no mesmo mês em que a Amazônia se esvai em chamas. O engenheiro e físico liderava a instituição pública que mede o desmatamento da Amazônia mas, a um ano e meio do fim do mandato, foi afastado por rebater as críticas e acusações do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que o acusa de publicar dados falsos. Em entrevista ao Fumaça, fala sobre a forma como os governos do Brasil têm tratado a floresta tropical mais importante do Planeta.
Na semana em que o Senado brasileiro votou pela suspensão dos decretos que facilitavam o porte de armas de fogo, assinados em maio pelo presidente, falámos com o antropólogo e escritor Luiz Eduardo Soares. Considerado uma das referências em segurança pública no Brasil, Soares é autor dos livros “Elite da Tropa”, de 2006, e “Desmilitarizar”, lançado em 2019- Foi ainda secretário nacional de Segurança Pública durante o primeiro ano do governo de Lula da Silva e coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do Estado do Rio de Janeiro entre 1999 e 2000.
Vozes que se dizem antissistema têm explorado uma clivagem entre uma ideia de povo e uma ideia de elite. Apoiados no medo, canalizando frustrações e revoltas de quem se sente alheado da globalização, o inimigo do populismo varia: ora imigrantes, refugiados e minorias que “invadem” um lugar seguro, ora a corrupção que entorpece uma democracia em que a elite política ou económica governa para si… Foi sobre estes discursos que falamos com o sociólogo João Mineiro, o historiador Riccardo Marchi e a ativista Thais Dornelles no Festival Política, em Lisboa.
Não foi só a crise económica e o desgaste de tantos anos no Poder do Partido dos Trabalhadores que levou Bolsonaro ao Palácio do Planalto. O “mito” – como lhe chamam os seus apoiantes – cresceu apoiado numa guerra de costumes e isso deu-lhe mais força que tudo. Será a guerrilha ideológica constante suficiente para governar um país do tamanho e com a complexidade do Brasil? Resistirá Bolsonaro aos casos e polémicas quase diários em que o seu governo se vê mergulhado, numa espécie de crise permanente?
Como chegou Bolsonaro ao Poder? Recuamos uns bons anos para perceber como o “mito” se tornou o novo presidente do Brasil. Durante décadas uma personagem sem qualquer relevância política, foi-se agigantando até conseguir sentar-se no Palácio do Planalto, a sede do poder executivo federal brasileiro.
Ao mesmo tempo que lidera um governo errático e atolado em recuos e escândalos semanais, o militar na reserva segura bem alto o estandarte da guerra cultural que o ajudou a eleger. Como vive o país entre este fenómeno pop, meio carnavalesco, e uma percepção de crise política e institucional permanente?
Laura Carvalho é um dos principais nomes da nova geração de economistas no Brasil. A professora na Universidade de São Paulo lançou, em 2018, o livro “Valsa Brasileira – do boom ao caos econômico”, que analisa as transformações pelas quais o país passou entre 2006 e 2017.
O jornalista Danilo Thomaz entrevistou a investigadora brasileira sobre três temas fundamentais, para perceber o atual momento político do país: o governo de Lula da Silva, no qual, explica, “a elite se beneficiou tremendamente“ e se “fez muito menos em termos de mudança estrutural do que se gostaria”; o mandato de Dilma Rousseff e a sua política económica; e o período pós-impeachment da presidenta, incluindo a prisão de Lula e a eleição do novo presidente, Jair Bolsonaro.
No dia em que Jair Bolsonaro toma posse, publicamos a nossa conversa com Guilherme Boulos, ex-candidato à presidência nas eleições gerais brasileiras de 2018 e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Conversámos sobre a perseguição política ao MTST – que o novo presidente ameaçou criminalizar -, das ocupações como arma política, do futuro do combate ao governo, da sua candidatura a presidente da república brasileira e da sua relação com o ex-presidente Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores, que gerou desconforto no seio do PSOL.
O “bolsonarismo” foi maior que Bolsonaro. Nas eleições gerais brasileiras de 2018, a extrema-direita e a direita conservadora conquistaram tudo: o Senado, a Câmara dos Deputados, a Presidência. E, agora, como governará o executivo de Jair Bolsonaro? Esta semana, temos como convidado, desde o Rio de Janeiro, Jairo Nicolau, cientista político, doutorado em Ciência Política no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro e investigador no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Cristina de Branco, antropóloga, filha e neta de exiladas políticas da ditadura militar brasileira: “Como é que será ter um presidente abertamente misógeno, homofóbico, racista, num país que tem uma taxa de feminicídio altíssima, e que tem uma taxa de violência homofóbica altíssima, e no qual existe um genocídio negro indígena em curso… A gente vê muita sombra, realmente”
Jair Bolsonaro venceu as eleições brasileiras com 55% dos votos válidos. Fernando Haddad, o candidato derrotado, teve 45% da votação. O Brasil acaba de eleger como presidente um racista, homofóbico, machista, xenófobo, defensor da tortura e da ditadura.
Conversamos com Nicole Oliveira, diretora para a América Latina na 350.org, sobre Ambiente, a desflorestação da Amazónia, o poder da bancada ruralista no Brasil, a prospeção de gás natural e petróleo, o genocídio das populações indígenas e as eleições gerais brasileiras, que poderão tornar presidente alguém que promete “botar um ponto final em todo o ativismo no Brasil”.
A música é uma arma. Faz pensar. E é isso mesmo que Linn da Quebrada, 28 anos, artista multimédia brasileira quer provocar com o funk-manifesto das suas canções. Questiona o que é ser mulher, as masculinidades tóxicas, a violência do machismo e como se podem reinventar as noções de corpo e género. É cara e alma do documentário Bixa Travesty, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, premiado no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Deu vários concertos em Portugal durante a turné europeia do seu disco Pajubá, lançado em 2017, e falou connosco no passado dia 10, na Galeria ZDB, em Lisboa.
A duas semanas do segundo turno das eleições gerais brasileiras, conversamos com Danilo Thomaz, jornalista e coordenador de comunicação da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty. Falámos sobre os erros do Partido dos Trabalhadores durante os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, a ameaça autoritária de Jair Bolsonaro, a violência durante a campanha, que já fez mais de 70 vítimas, e a homofobia e transfobia no Brasil.
No dia seguinte ao primeiro turno das eleições brasileiras, analisámos a vitória de Bolsonaro, o desempenho do Partido dos Trabalhadores, e o que poderá acontecer até ao dia 28, data da segunda volta. Convidámos Débora Dias, de Fortaleza, no Ceará, doutorada em História Contemporânea, pela Universidade de Coimbra; Marcos Lacerda, de São Paulo, ex-diretor do Centro da Música da Funarte/Ministério da Cultura do Brasil e Maíra Zenun, do Rio de Janeiro, doutoranda em Sociologia, pela Universidade Federal de Goiás e coordenadora da Mostra Internacional de Cinema na Cova, na Amadora.
Quem matou Marielle Franco? Conversamos com Mônica Benício, viúva de Marielle e ativista pelos Direitos Humanos. Falamos sobre a investigação do assassinato da ex-vereadora, do seu legado político, da intervenção militar no Rio de Janeiro, e da importância do movimento feminista brasileiro contra o candidato Jair Bolsonaro.
A menos de duas semanas das eleições gerais brasileiras, as pesquisas mais recentes mostram uma polarização na sociedade brasileira que se cristaliza na escolha entre os dois candidatos com maior taxa de rejeição: Jair Bolsonaro, do Partido Social Livre, e Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores. Neste momento, parece certo, que a luta pelo segundo turno das eleições, que ocorrerá a dia 28 de outubro, será feita entre os dois. Isto, diz José Roberto de Toledo, se nada de estranho acontecer: “Por uma tradição histórica meio inexplicável, sempre acontecem factos supreendentes na última semana. Investigações do Ministério Público, prisões pela polícia federal…”. O jornalista da revista Piauí com quem conversámos esta semana acompanha as eleições brasileiras e as suas pesquisas eleitorais há 30 anos e analisa o que se vai passar a partir de agora.
Eric Nepomuceno viveu a ditadura do Brasil antes de se mudar para Buenos Aires, Argentina. Jornalista, escritor e tradutor de escritores como Gabriel García Márquez ou Eduardo Galeano diz que, hoje, a “situação (no Brasil) é muito próxima a um Estado de exceção”. Aos 70 anos, não tem dúvidas: “roubaram o país e agora não sabem o que fazer com ele”. Nesta entrevista, analisa as várias candidaturas à presidência nas eleições gerais brasileiras, cuja primeira volta acontecerá a 7 de outubro.
A jornalista e editora do The Intercept Brasil analisa o momento político e social: o incêndio no Museu Nacional, as eleições de Outubro – de Lula a Bolsonaro -, a morte de Marielle Franco, a relação entre milícias e políticos e a maior chaga da sociedade brasileira, a violência.
Da ditadura militar, no Brasil, ao regime socialista de Allende, no Chile, destruído por Pinochet; do 25 de Abril de 1974, à eleição de Lula. Zillah Branco, 81 anos, passou a vida a lutar pela Revolução.
Carolina Rocha, poeta brasileira e socióloga, fala de “genocídio” da população negra e da “ameaça de ditadura” no Brasil. Explica ainda como a morte de Marielle Franco é um recado para quem desafia as estruturas políticas do Brasil.
Poema “Terra Fértil (Em memória de Marielle Franco)”, por Carolina Rocha.
Depois de Dilma Rousseff, o Brasil segue nas mãos de Temer. O jornalista Pablo Capilé, defende que a transição foi um golpe.