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Jornalismo independente, progressista e dissidente
Falámos com Anabela Rodrigues, dirigente do Grupo Teatro do Oprimido de Lisboa, mediadora na associação Solidariedade Imigrante e candidata não eleita ao Parlamento Europeu pelo Bloco de Esquerda, nas eleições Europeias de 2019, sobre o SEF e políticas de imigração.
A propósito do acordo de incidência parlamentar entre as Direitas e a extrema-direita nos Açores, entrevistámos Raquel Vaz-Pinto, cientista política e investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa. É militante do CDS/PP, onde foi conselheira na Comissão Executiva da ex-líder Assunção Cristas, e número três nas listas às Eleições Europeias de 2019. É uma das subscritoras do manifesto “A clareza que defendemos”, um posicionamento político de figuras da Direita Portuguesa crítico da ascensão da extrema-direita, publicado no início de novembro.
Nesta entrevista gravada online, num evento organizado pela associação sem fins lucrativos Academia Cidadã, conversamos com Paulo Pena, jornalista e fundador do Investigate Europe e autor de “Fábrica de Mentiras. Uma viagem ao mundo das fake news”. Falamos sobre a indústria das notícias falsas em Portugal, o papel do jornalismo na propagação e no combate à desinformação, a regulação das plataformas digitais e as eleições estadunidenses da próxima semana. Ouve aqui.
Os Açores são a região mais pobre e mais desigual de Portugal. A 25 de outubro de 2020, os açorianos votam nas Eleições Legislativas Regionais. Em antecipação, entrevistamos Fernando Diogo, sociólogo e professor na Universidade dos Açores.
Miguel Bragança preside ao Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, desde 2018, é psiquiatra no Hospital de São João e professor auxiliar convidado na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Nesta entrevista, gravada no início de junho, fala sobre a psiquiatria no Sistema Nacional de Saúde e no terceiro setor, olha para a saúde mental em tempo de pandemia e analisa as profundas desigualdades de acesso a tratamento psiquiátrico e psicológico, em Portugal.
Ao longo de anos, empresas prestadoras de serviços e multinacionais fizeram crescer nas suas explorações agrícolas no sudoeste alentejano autênticas aldeias de contentores. Quatro paredes metálicas com poucas dezenas de metros quadrados servem de casa para centenas de imigrantes. Muitos são mal pagos, precários, e têm pouca ou nenhuma proteção social. No debate “Exploração da gente para a exploração da terra”, gravado ao vivo no Festival Política, em Lisboa, conversámos com Inês Cabral, que fez uma tese de mestrado sobre a receção e o impacto da imigração no concelho de Odemira, e Inês Fonseca, porta-voz do movimento Chão Nosso.
Figura incontornável da pedopsiquiatria e da psicanálise em Portugal, António Coimbra de Matos dedicou grande parte da sua vida a tentar entender a depressão. Em entrevista, fala sobre a relação das doenças mentais com a família e o trabalho. Esta entrevista integra uma grande reportagem sobre saúde mental e prevenção do suicídio que publicaremos no futuro.
O maior corpo de segurança do país é privado. São 45 mil pessoas no ativo, das 58 mil autorizadas a trabalhar, com um cartão atribuído pelo Ministério da Administração Interna. Se olharmos com atenção, há menos efetivos no conjunto dos três ramos das Forças Armadas Portuguesas ou na soma do total de efetivos da PSP e da GNR. Quem vigia os vigilantes? Agostinho Costa, Major-General, fala-nos sobre o conceito de segurança e as forças de segurança privadas e públicas.
Na última década, vários dos chamados “gestores de topo” portugueses têm sido, um a um, afastados das suas funções por alegada má gestão e corrupção, entre outras razões – umas mais legais que outras. De Zeinal Bava e Ricardo Salgado a António Mexia. Como se explica que tantos líderes das maiores empresas portuguesas caiam do pedestal?
Esta entrevista faz parte de uma investigação Fumaça que procura responder à pergunta: “O que faz com que uma pessoa esteja mais perto do poder?”.
Como qualquer cidadão, uma pessoa presa tem direito a trabalhar e não pode ser obrigada a fazê-lo, se assim não o desejar. No entanto, na maioria dos casos, não recebe o mesmo pelo mesmo trabalho feito por uma pessoa livre. Longe disso. “Há pessoas presas que trabalham sete a oito horas por dia, em linhas de produção, têm hierarquia e recebem 60 euros por mês. O trabalho mais bem pago dentro da prisão não chega a cinco euros por dia – e é o Estado português que paga”, diz Marco Ribeiro Henriques, jurista e investigador em Direitos Humanos, Direito penal e Política Criminal, com especial foco no trabalho prisional e na condição das mulheres presas.
O assassinato da vereadora Marielle Franco faz dois anos a 14 de março. Esta semana, entrevistamos a ativista Eliana Sousa Silva, da Redes da Maré, ONG que funciona no Complexo de Favelas da Maré, onde nasceu e se criou Marielle Franco. Na entrevista, ela fala-nos da trajetória de Marielle, do impacto da sua morte e do contexto político e social do complexo de favelas, que sintetiza o estado de crise e crime do Rio de Janeiro e do Brasil.
Líder espiritual ou charlatão? Religioso ou político? Pastor ou empresário? Dogmático ou pragmático? Estas são algumas das perguntas que as brasileiras e os brasileiros fazem a si mesmos diante de um dos seus personagens mais complexos e influentes: o bispo, empresário e – por que não? – político Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). O jornalista Gilberto Nascimento, autor do livro “O Reino: a história de Edir Macedo e uma radiografia da Igreja Universal”, fala sobre a ascensão política de Edir Macedo e a IURD.
Lê-se numa carta aberta publicada no jornal inglês The Guardian “o governo de Jair Bolsonaro, com a colaboração dos seus aliados de extrema direita, tem destruído aos poucos, de maneira sistemática, as instituições culturais, científicas e educacionais do país, assim como a imprensa”. Entre os signatários estão os compositores Chico Buarque, Caetano Veloso e Milton Hatoum. Esta semana, entrevistamos a jornalista Laura Mattos sobre a guerra cultural no Brasil e os poderes que ainda hoje alimentam a censura
Nuno Lacasta é um dos homens mais poderosos da administração pública portuguesa e, aos poucos, o seu nome e as decisões da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a que preside desde 2012, têm cada vez mais contestação e escrutínio. Nesta entrevista, falamos da gestão dos recursos hídricos nacionais e dos instrumentos para lidar com a emergência climática, num país que vive maioritariamente no litoral. Da aprovação do novo aeroporto do Montijo aos desafios da participação pública, Lacasta defende a APA como um corpo técnico do Estado e garante não sofrer pressões do poder político.
A autonomia regional tem quatro décadas, mas a história não começou com a Constituição de 1976. Há 200 anos que, pela Madeira, correm as ideias de autonomia, da construção de um poder insular capaz de defender os interesses regionais em Lisboa. A luta seguiu as influências de cada momento, reproduziu a conjuntura internacional favorável aos nacionalismos e ganhou a forma de movimento independentista nas crises do Estado português. A última vez que se discutiu a independência foi durante o PREC e envolveu atentados à bomba e um movimento de libertação: a FLAMA.
Glenn Greenwald é o jornalista que deu a conhecer Edward Snowden, responsável por revelar o escândalo de vigilância global ilegal dos serviços secretos norte-americanos. Por causa desse trabalho, ele e a equipa do The Guardian USA venceram um Prémio Pulitzer. Co-fundador do The Intercept, foi um dos responsáveis pela série de reportagens que passariam a ser conhecidas como “Vaza Jato”, em referência à mega-operação Lava Jato, que investigou e prendeu dezenas de políticos e empresários poderosos. Na investigação, feita a partir de transcrições de conversas entre Sergio Moro, juiz responsável por várias condenações na Lava Jato (incluindo a de Lula da Silva), e vários membros do Ministério Público Federal (MPF) brasileiro, entre eles Deltan Dallagnol, que comanda a investigação em Curitiba, revela-se que Moro e o MPF trabalhavam juntos, delineando estratégias para condenação dos seus “alvos”. A partir desse momento, Glenn tem sido atacado e ameaçado recorrentemente, até pelo presidente Jair Bolsonaro, que sugeriu que ele pudesse ser preso. Nesta entrevista, fala sobre a Vaza Jato, jornalismo independente e o papel de whistleblowers na sociedade.
30 anos depois da queda do muro de Berlim, ao vivo em Lisboa, António Araújo, jurista e historiador, e Sandra Dias Fernandes, cientista política, especialista em relações internacionais, discutiram o início e fim do muro a que os soviéticos chamaram a “barreira de proteção antifascista”.
Em 2017, o governo de António Costa pediu a uma comissão técnica para avaliar a implementação do Plano Nacional de Saúde Mental – estagnado por seis anos depois da intervenção da troika – e projetar propostas prioritárias até 2020. No ano passado, quando assumiu a direção do Programa Nacional de Saúde Mental da Direcção-Geral da Saúde, Miguel Xavier relançou o plano e, desde então, repete um alerta: as metas desenhadas para 2016, estendidas até o próximo ano, terão que levar um novo esticão. “Estou convencido de que em seis anos se pode implementar o plano. Não é até 2020”, afirma. Mas, no final, o que o fará mexer é o investimento e vontade política: “O Plano de Saúde Mental precisa de ter apoio político. Não basta dizer que é prioritário, é preciso que tenha uma tradução financeira.”
Nas eleições legislativas de 1975, foram eleitas 19 mulheres e 231 homens (7,6% contra 92,4%). Mas, desde essa altura, muito mudou no que toca à representação parlamentar. No passado 6 de outubro, foi eleito o Parlamento com o maior número de mulheres de sempre – 86 contra 144 – uma percentagem acima da média europeia.
Mas fará desta a Assembleia da República mais feminista? Ao vivo no Trampolim Gerador, conversámos sobre as diferentes “vagas” do movimento feminista, de feminismo interseccional, de feminismo negro e do que falta fazer em Portugal. Como convidadas, tivemos Alexa Santos, assistente social, mestre em estudos de género, sexualidade e teoria queer pela Universidade de Leeds e diretora do departamento de Género e Feminismos do INMUNE – Instituto da Mulher Negra em Portugal e Manuela Tavares, fundadora e membro da direção da UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta e doutorada em Estudos sobre as Mulheres pela Universidade Aberta.
Mário Guedes já estava à frente da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) desde abril de 2017, mas em regime de substituição. Quando foi formalmente nomeado, em agosto de 2018, com legitimidade reforçada, não durou três meses no cargo. João Galamba, chegou à secretaria de Estado da Energia e exonerou-o: “não tinha o perfil indicado”. Isto aconteceu dois dias antes da derrocada de uma pedreira em Borba, onde morreram cinco pessoas – “o facto de não ter informação em relação àquela situação é particularmente grave”, denuncia o engenheiro de minas, sobre a dificuldade em liderar um organismo público tão grande e complexo como a DGEG.
Uma entrevista sobre o setor elétrico e energético nacional, a exploração de petróleo, gás natural e lítio, o “absoluto desastre” que é a lei de exploração de recursos geológicos, e a recuperação dos passivos mineiros ambientais por parte da indústria extrativa.
Quando, durante o século XIX, a escravatura foi abolida gradualmente em quase todas as ex-colónias dos impérios europeus, os ex-proprietários de escravizados foram amplamente recompensados pelas alegadas perdas financeiras que o movimento poderia trazer-lhes: passar a tratar pessoas como pessoas seria mau para o negócio. Assim, donos de escravizados foram recebendo compensações monetárias ou a possibilidade de utilizarem negros libertos sem remuneração, durante um período de transição. Por outro lado, em quase nenhum caso houve reparação financeira para os ex-escravizados ou para os seus descendentes. Devemos hoje restituir as ex-colónias portuguesas? Foi para discutir este tema que convidámos Inocência Mata, professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Luzia Moniz, presidenta da PADEMA – Plataforma para o Desenvolvimento da Mulher Africana; e Solange Rocha, professora no Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba.
Há um tratamento que impede a transmissão do VIH com uma eficácia próxima dos 100% – chama-se PrEP (Profilaxia pré-Exposição). O Estado iniciou, em 2018, um projeto experimental utilizando-o, mas quem pagava era a farmacêutica que detinha a patente. Esta ano, esta limitação terminou. A PrEP foi alargada a qualquer pessoa elegível por recomendação médica em todo o Serviço Nacional de Saúde e chegaram ao mercado genéricos. Contudo, as associações comunitárias de luta contra o VIH denunciam a demora na marcação de consultas no SNS e reivindicam formas mais céleres e próximas de acesso e distribuição dos comprimidos. As taxas de novas infeções por VIH, em Portugal, mantêm-se das mais elevadas da União Europeia. A maioria dos novos casos diagnosticados é do sexo masculino, entre homens que fazem sexo com homens. Destes, 79,8% têm entre os 15 e 29 anos. Maria José Campos, médica, e Rui Guerreiro, enfermeiro, refletem sobre as estratégias públicas de combate ao VIH e a implementação da PrEP.
Desde 2013, mais de 9000 famílias foram oficialmente despejadas das suas casas, em Portugal. São mais de quatro por dia. Bruno Verdier, freelancer na área audiovisual, luta com a companheira e a filha contra um despejo iminente, depois da sua senhoria ter anunciado um aumento de renda de 40%, de 500€ para 700€. No passado 21 de setembro, organizamos no Festival Iminente o debate “Direito à habitação: o povo ainda pode morar nas cidades?”, para falar sobre a dimensão da crise nas grandes cidades do país e de soluções para a resolver. Contámos com a presença de Bruno Verdier; Aitor Varea Oro, arquiteto e um dos coordenadores do Habitar Porto; e Rita Silva, presidente da Habita, doutoranda na área da financeirização da habitação.
“Aeroporto? Eventualmente, sim, mas não já como um facto consumado, porque isso do ponto de vista da boa governação ambiental é péssimo.” Carla Amado Gomes, especialista em Direito Ambiental e professora na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, acredita que, em Portugal, a participação pública em projetos com grandes impactes ambientais tem sido descartada. É um formalismo que se segue à tomada de decisão política, diz.
Luís Lima é um homem do mercado. Preside à da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), à Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), e ocupa outros cargos no setor imobiliário e da construção. Numa altura em que proprietários e investidores vêm o seu património valorizado, no melhor período desde a crise de 2008, atravessamos, ao mesmo tempo, a maior carência de habitação a preços acessíveis das últimas décadas. Pode dizer-se que a crise da habitação de uns é a oportunidade de fazer dinheiro de outros?
Entre 1987 e 2011, o Estado central gastou 7 mil milhões de euros em bonificações de juros no crédito à habitação (um apoio estatal que reduz o custo do empréstimo e o torna mais barato e acessível), o que equivale a 73,3% de toda a despesa com políticas públicas de habitação durante esses 25 anos. O resultado está à vista: a percentagem de famílias a viver em casa própria subiu de 57%, em 1981, para 75%, em 2011; em 2015, apenas 2% dos 6 milhões de casas em Portugal eram públicas. Para Ana Cordeiro Santos, economista e investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, o Estado português demitiu-se totalmente da “garantia de uma oferta pública de habitação”. E agora que o atual governo lançou a Nova Geração de Políticas de Habitação, com o objetivo de resolver a crise, a coordenadora do livro “A nova questão da habitação em Portugal” diz que é mais do mesmo: “políticas de estímulo fiscal dirigidas aos senhorios para promover o mercado de arrendamento (…) está-se a tentar bonificar as rendas dos senhorios.”
Manuel Margarido Tão, especialista em transportes e planeamento regional, não acredita nas intenções dos governantes para a ferrovia nacional: “Houve, deliberadamente, uma vontade de distorcer a mobilidade e focalizá-la no transporte rodoviário para que depois essa mobilidade ficasse cativa de grupos económicos apoiados pelo Poder e pelas direções dos partidos políticos”, acusa. Defende a construção de uma nova Linha do Norte, critica o abandono do projeto de alta velocidade pelos sucessivos governos e acha uma “aberração” a ponte aérea Lisboa-Porto, bem como a falta de ligações de caminhos-de-ferro a Espanha. Para o professor da Universidade do Algarve, só o investimento estrangeiro, com a entrada de operadores europeus, fruto da liberalização do transporte ferroviário de passageiros, poderá salvar a ferrovia em Portugal.
As áreas protegidas impediram um “certo terrorismo ambiental”. Sem elas, provavelmente, hoje já não existiria uma Ria Formosa e a Costa Alentejana seria “um novo Algarve”, diz o arquiteto paisagista Miguel Jerónimo, membro da direção da associação ambientalista GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente. Mas o modelo é, sobretudo, proibitivo. “Os únicos recursos que as áreas protegidas têm é, eventualmente, passar multas; tornam mais difícil, para um investidor, usar certas práticas insustentáveis. Mas elas continuam a acontecer.” Uma entrevista sobre a reforma da floresta aprovada na atual legislatura, conservação da natureza e gestão das áreas protegidas.
Numa entrevista sobre o Serviço Nacional de Saúde, a presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, Conceição Margalha, defende mais incentivos à ida de médicos para regiões onde fazem falta: regresso das vagas preferenciais ou protocoladas – que terminaram com o anterior governo, em 2015; benefícios para os médicos internos que ocupem vagas em hospitais carenciados na sua área de especialidade e incentivos à mobilidade e formação em hospitais de referência em troca da permanência no hospital carenciado após a especialidade.
Rosário Macário é doutorada em Sistemas de Transportes no Instituto Superior Técnico, professora e coordenadora do Mestrado em Planeamento e Operação de Sistemas de Transportes no mesmo instituto e administradora não executiva da consultora TIS – Transportes, Inovação e Sistemas. Nesta entrevista, fala sobre mobilidade nos centros urbanos; o uso do carro privado em detrimento de transportes coletivos ou partilhados; a descentralização da gestão para as autarquias, que não foi acompanhada pela contratação de técnicos competentes; a redução do preço dos passes únicos que, diz, foi calendarizada para acontecer perto das eleições; e, ainda, o papel da iniciativa privada nos transportes coletivos.
“Quando saí do instituto, tinha 18 milhões de euros parados, que eles não deixaram gastar. E que eu sei que, um mês depois de me ter vindo embora, o Ministério das Finanças levou o dinheiro todo. Não ficou um cêntimo.” O ex-presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (2012-2017) fala sobre as cativações do atual governo, a falta de dinheiro para a implementação de políticas públicas de habitação, o aumento de rendas sociais na última década, a Nova Geração de Políticas de Habitação, anunciada pelo governo, e a aprovação da Lei de Bases da Habitação.
Nesta entrevista, conversamos com Helena Amaro, doutoranda em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e pelo CHAIA – Centro de História da Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora. Falámos sobre a dependência e os apoios ao veículo particular em detrimento dos transportes públicos, da descentralização da gestão dos transportes, da acessibilidade fora dos centros urbanos e da mobilidade como fator de ascensão social.
Nunca como em 2018 houve tantas cirurgias no Serviço Nacional de Saúde, mas pela primeira vez em mais de uma década os hospitais públicos operaram menos. Porque é que isto acontece? Uma entrevista com a médica internista e porta-voz do Movimento SNS in Black, Ana Paiva Nunes, sobre o Serviço Nacional de Saúde, a sua dependência dos privados, a contratação de profissionais e a gratuitidade da saúde.
Entrevista gravada ao vivo, durante o festival Paredes de Coura, com o escritor Valter Hugo Mãe, sobre literatura, cultura, feminismo e racismo. Uma conversa com o autor de livros como “o remorso de baltazar serapião”, vencedor do Prémio Literário José Saramago em 2007; “a máquina de fazer espanhóis”, que venceu o Grande Prémio Portugal Telecom Melhor Livro do Ano e o Prémio Portugal Telecom Melhor Romance do Ano, em 2010, ou os mais recentes “A desumanização”, de 2013, e “Homens imprudentemente poéticos”, de 2016.
Porque é que o lítio se tornou tão importante em Portugal? De onde deve vir? Os planos do Governo são uma boa notícia para quem mora nos locais concessionados para prospeção ou exploração? São viáveis? Que custos sociais e ambientais têm? Debatemos estas questões no dia 15 de agosto, ao vivo no festival Paredes de Coura, com a ativista Maria Carmo Mendes, a geóloga e ativista Teresa Fontão, o antigo diretor-geral de Energia e Geologia, Mário Guedes, e o geólogo e professor universitário Carlos Leal Gomes.
Ricardo Galvão foi exonerado do cargo de diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no mesmo mês em que a Amazônia se esvai em chamas. O engenheiro e físico liderava a instituição pública que mede o desmatamento da Amazônia mas, a um ano e meio do fim do mandato, foi afastado por rebater as críticas e acusações do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que o acusa de publicar dados falsos. Em entrevista ao Fumaça, fala sobre a forma como os governos do Brasil têm tratado a floresta tropical mais importante do Planeta.
É imenso o hiato entre a qualidade e diversidade dos profissionais da cultura em Portugal e o financiamento que lhes é disponibilizado, acredita Elisabete Paiva, produtora e programadora. O problema ao nível autárquico e estatal – disse-lhe, algumas vezes, a experiência – não é a falta de dinheiro, mas de visão. A multi-instrumentista e compositora Ana Bento conta como é, por vezes, dura a vida de quem “só” vive da arte e, por escolha, não é nómada. Um debate ao vivo, no Festival Bons Sons, para pensar os principais temas das eleições de outubro.
Para Rogério Roque Amaro, professor universitário, especialista em economia social, o Interior “são todos os territórios que o capitalismo marginalizou, para marcar a sua lógica de crescimento”.
Maria do Carmo Bica, engenheira agrícola, não andará muito distante da análise, quando olha para a forma como os poderes locais fomentam nesses territórios a criação de emprego: “Temos os municípios a instalar parques industriais para capital estrangeiro que vem à procura de mão-de-obra barata. Não é isso de que precisamos no Interior.” De que precisa afinal, quem não vive no litoral urbano? Da regionalização? De mais organizações de base comunitária? De mais Estado? De serviços públicos?
Um debate ao vivo no Festival Bons Sons 2019 para pensar os principais temas das eleições de outubro.
Em entrevista ao Fumaça, a ex-vereadora da Habitação da cidade de Lisboa (2009-2013), ainda deputada à Assembleia da República como independente nas listas do PS, e presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, admite que falhou ao não prever as mudanças no mercado imobiliário. Explica que foi António Costa, à época presidente da Câmara Municipal, quem pressionou para “alienar o mais possível” o património da capital.
Diplomata de carreira desde 1980, Ana Gomes suspendeu funções, em 2003, para se dedicar à política partidária. Filiou-se no PS e foi eleita eurodeputada em 2004. Reeleita por duas vezes, em 2009 e 2014, só deixou o Parlamento Europeu em julho passado, após 15 anos. Numa entrevista na festa do terceiro aniversário do Fumaça, ao vivo e ao ar livre, falamos sobre incompatibilidades e conflitos de interesses, a regulação do lobby, transparência e corrupção.
Em Moçambique, pouco se fala da guerra, diz Mia Couto. Se se julgasse pela oralidade, achar-se-ia que ela nunca existiu (ou que se esqueceu). “Esquecemos da escravatura, esquecemos do tempo colonial, esquecemos da Guerra Civil.” Caberia, então, à literatura ser a chave para visitar esse falso vazio calado dentro de cada um. Nascido há 64 anos, na Beira, Mia Couto escreve em português, a sua língua-mãe, num país onde menos de metade da população a fala. Ele não poderia escrever noutra língua, diz, mas é por condições estruturais de uma sociedade pós-colonial que nenhum dos escritores que conhece o faz.
Sete anos depois de Julian Assange ter entrado na embaixada do Equador, em Londres, como exilado político, o jornalista e co-fundador da Wikileaks foi removido à força e detido por autoridades britânicas, com a conivência do governo equatoriano. Pouco mais de um mês depois, as autoridades judiciais norte-americanas apresentaram 17 novas acusações contra ele, incluindo a de crime de espionagem, por a Wikileaks ter revelado centenas de milhares de documentos confidenciais sobre os abusos militares cometidos pelos Estados Unidos. Se for condenado por tudo o que é acusado, Assange arrisca uma pena de 175 anos de prisão. Será que vai ser extraditado? Para Juan Branco, um dos seus advogados, “a extradição de Julian Assange é um problema político, antes de ser um problema jurídico”. Vê aqui a entrevista.
Desde 2014, mais de 18 mil pessoas morreram afogadas ao tentar atravessar o Mar Mediterrâneo. Juan Branco e Omer Shatz, advogados, acreditam que essas mortes foram causadas “conscientemente” por decisores da UE “com o objetivo de impedir a travessia humanitária”. Em junho, submeteram uma ação legal no Tribunal Penal Internacional, acusando líderes políticos europeus de crimes contra a humanidade. Juan Branco é advogado de direito penal internacional, doutorado em Direito Internacional pela Escola Normal Superior de Paris e faz ainda parte da equipa de defesa de Julian Assange e da Wikileaks.
Quem trata de uma pessoa dependente, a tempo inteiro, sem poder sair de casa, tem vida para além de cuidar? “Não.” Joaquim Ribeiro é perentório. Zelou a mãe durante cinco anos – todos os dias, sem férias, nem feriados. Tempo em que prestou cuidados sem nenhuma compensação ou ajuda monetária; tempo sem um trabalho formal, que não entrará nas contas da sua reforma. O estatuto para os cuidadores informais é um ponto de partida para melhorar a vida de muita gente, ainda não de toda.
Na semana em que o Senado brasileiro votou pela suspensão dos decretos que facilitavam o porte de armas de fogo, assinados em maio pelo presidente, falámos com o antropólogo e escritor Luiz Eduardo Soares. Considerado uma das referências em segurança pública no Brasil, Soares é autor dos livros “Elite da Tropa”, de 2006, e “Desmilitarizar”, lançado em 2019- Foi ainda secretário nacional de Segurança Pública durante o primeiro ano do governo de Lula da Silva e coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do Estado do Rio de Janeiro entre 1999 e 2000.
O novo Parlamento Europeu, a futura Comissão e os Estados-membros têm em mãos a revisão da Política Agrícola Comum (PAC) pós-2020. Quem tem ganho com a mais antiga e dispendiosa política pública contínua da União? Nuno Belchior, agricultor, e Tito Rosa, engenheiro agrónomo, debatem os lados positivos e negativos da PAC, na última edição do Festival Política, que aconteceu a 1 de Junho no Teatro Garcia de Resende, em Évora.
Ghalia Taki fugiu da Síria para o Gana e depois para Portugal. Quando chegou ao país, em 2014, ficou detida no aeroporto de Lisboa durante vários dias com o seu marido, o filho menor e a mãe. Hoje, é intérprete e mediadora no Serviço Jesuíta aos Refugiados e no projeto LAR. Nesta entrevista, conta a sua história e descreve os obstáculos à integração de refugiados em Portugal e na Europa.
Ano após ano, as emissões globais de gases com efeito de estufa batem recordes. A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera nunca foi tão elevada – a última medição supera qualquer outro valor em 400 mil anos. Neste cenário à escala global, a Europa tem planos para inverter este caminho. Ainda assim, as emissões per capita dos 28 são superiores à média mundial. O que a UE está a fazer é suficiente? O que condiciona as decisões políticas sobre um assunto que muitos cientistas e ativistas deixaram, há muito, de considerar técnico e vêem como matéria política? Falámos com o eurodeputado Bas Eickhout, candidato do Partido Verde Europeu à Comissão Europeia.
Vozes que se dizem antissistema têm explorado uma clivagem entre uma ideia de povo e uma ideia de elite. Apoiados no medo, canalizando frustrações e revoltas de quem se sente alheado da globalização, o inimigo do populismo varia: ora imigrantes, refugiados e minorias que “invadem” um lugar seguro, ora a corrupção que entorpece uma democracia em que a elite política ou económica governa para si… Foi sobre estes discursos que falamos com o sociólogo João Mineiro, o historiador Riccardo Marchi e a ativista Thais Dornelles no Festival Política, em Lisboa.
A menos de três semanas de eleições europeias, publicamos uma entrevista com Carlos Coelho, eurodeputado pelo PSD e 7º lugar na lista do partido para as eleições. Falámos sobre as violações aos princípios fundamentais da UE que vários países têm implementado; o estado atual do espaço Schengen; a resposta da Europa à crise de refugiados; e a “Europa Fortaleza” que a União tem construído ao longo do tempo.
Antes de se começar a queimar combustíveis fósseis a um ritmo industrial no século XIX, a temperatura média à superfície da Terra era mais fria do que hoje em cerca de um grau Celsius. Eventos extremos como secas, chuvas prolongadas, e ondas de calor eram menos intensos e menos frequentes. Não pairava sobre zonas de costa e pequenas ilhas o risco de ficarem submersas devido ao aumento do nível médio do mar, provocado pelo degelo das calotes do Ártico. Sabemos que se ou quando a temperatura média à superfície da Terra ultrapassar um grau e meio face ao período pré-industrial, quase tudo será mais extremo. Mas é impossível evitá-lo, acredita Guilherme Serôdio, fundador da Extinction Rebellion em Bruxelas, sem mudar o paradigma de crescimento económico, de consumo “urbano-faraónico, de acesso a tudo, o tempo todo”. Falamos sobre a emergência e a luta climática, decrescimento e democracia profunda.
O livro “Esquecidos em Abril” é uma investigação do jornalista Fábio Monteiro sobre as pessoas assassinadas no 25 de Abril de 1974. Quatro morreram às mãos da PIDE – João Arruda, 20 anos, estudante; Fernando dos Reis, 23 anos, soldado; José Barneto, 38 anos, escriturário; Fernando Giesteira; 17 anos, empregado de mesa. Mas morreram também duas pessoas às mãos dos soldados revolucionários: António Lage, 32 anos, funcionário da PIDE/DGS e Manuel Costa, 25 anos, agente da PSP. Falamos sobre as suas histórias e o mito da revolução sem sangue.
Vinte anos depois do lançamento do euro, quais as consequências de uma moeda comum a 19 países? Que impactos tem em estruturas produtivas e balanças comerciais tão distintas? Quem saiu a ganhar? Eugénia Pires, economista e ativista da Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida, acredita que o projecto da moeda única serviu os grandes grupos económicos exportadores, cujo capital acumulado não repassa para o dia-a-dia dos cidadãos. “Na Alemanha, os trabalhadores também não têm beneficiado do euro.” Falamos sobre a entrada e saída do euro, sobre as oportunidades, as desigualdades, sobre a crise da dívida de 2008, os desejos de união política e um orçamento comum da Zona Euro. O que é ainda possível fazer na moeda única? Deve-se considerar o seu fim?
Esta semana temos como convidada Marisa Matias, eurodeputada portuguesa pelo Bloco de Esquerda e presidente da Delegação para as Relações com os Países do Maxereque (Egito, Jordânia, Líbano e Síria) no Parlamento Europeu.
Falamos sobre a “fortaleza” que a União Europeia está a construir, a venda de armas de que muitos países europeus beneficiam, a responsabilidade da Europa nas guerras e na destruição de países africanos e do Médio Oriente, a resposta da UE à crise de refugiados, a criminalização das ONGs de resgate e as recentes alterações à lei de estrangeiros em Portugal.
Enquanto a Europa parece, a cada legislação, solidificar a “fortaleza” de que está rodeada, deixando de fora quem foge da morte, as travessias têm ficado cada vez mais perigosas. Segundo a Organização das Nações Unidas, se, em 2015, uma em cada 42 pessoas que tentaram atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa morreu, em 2018, o número era de uma em cada 18. Mais de duas mil desapareceram; seis por dia.
No dia 28 de março, entrevistámos Claude Moraes, eurodeputado britânico, do Partido Trabalhista. Foi eleito pela primeira vez em 1999, e é presidente, desde 2014, da Comissão de Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos, onde a legislação sobre refugiados tem sido discutida. Claude é, ele próprio, imigrante, e tem trabalhado sobre questões de refugiados e migrações desde que iniciou a sua vida política. Falámos sobre os muros que a Europa tem construído, o aumento de poderes da Frontex, o acordo da UE com a Turquia sobre refugiados, a perseguição a ONGs de resgate de pessoas no Mar Mediterrâneo e o Brexit. Ouve aqui.
Passados 60 anos da morte de António Botto, relembramos o legado deste “poeta de Sodoma” que escreveu o que não podia ser dito. Entrevistamos Anna Klobucka, doutorada em Línguas e Literaturas Românicas pela Universidade de Harvard e autora de vários livros, incluindo “O mundo gay de António Botto”, publicado em 2018. Falamos sobre a sua obra poética, a perseguição homofóbica de que sofreu, a sua relação com Fernando Pessoa e a razão porque parece ter sido esquecido pelo país.
Celso Lopes é um dos seis residentes da Cova da Moura que alega ter sido torturado na esquadra de Alfragide, na Amadora, em 2015. O caso julga agora 17 agentes da PSP por vários crimes e terá sentença anunciada no próximo 30 de abril. Nesta entrevista, conta como lhe disseram “tu vais morrer, preto do caralho”, “temos que extinguir a vossa raça”. Foi torturado, atingido com balas de borracha, pontapeado, obrigado a deitar-se numa poça com o seu próprio sangue e, para que não sofrer mais agressões, fingiu estar inconsciente.
A vida laboral de milhares de pessoas que fazem investigação científica em Portugal faz-se de bolsas. Sem contrato de trabalho, sem subsídios e com quase nenhuma proteção social. Janine da Silva é uma dessas pessoas. Esta semana, falamos sobre precariedade na Ciência e de como se produz conhecimento sem estabilidade e sem direitos. Vê aqui.
Laura Carvalho é um dos principais nomes da nova geração de economistas no Brasil. A professora na Universidade de São Paulo lançou, em 2018, o livro “Valsa Brasileira – do boom ao caos econômico”, que analisa as transformações pelas quais o país passou entre 2006 e 2017.
O jornalista Danilo Thomaz entrevistou a investigadora brasileira sobre três temas fundamentais, para perceber o atual momento político do país: o governo de Lula da Silva, no qual, explica, “a elite se beneficiou tremendamente“ e se “fez muito menos em termos de mudança estrutural do que se gostaria”; o mandato de Dilma Rousseff e a sua política económica; e o período pós-impeachment da presidenta, incluindo a prisão de Lula e a eleição do novo presidente, Jair Bolsonaro.
Hugo Chávez tomou o poder em 1999. Nos primeiros anos 10 anos, as iniciativas sociais produziram resultados: o analfabetismo foi erradicado, a pobreza diminui drasticamente, o PIB per capita aumentou e a Venezuela tornou-se o país menos desigual da América Latina. Mas com a descida do preço do petróleo, já com Maduro, a partir de 2013, surgiu a crise económica, social e política.
Milhares de pessoas foram para as ruas. Entre fevereiro e junho de 2014, 3.300 pessoas, incluindo menores, foram detidas; foram reportados 150 casos de tratamento desumano, muitos deles de tortura; 43 pessoas foram mortas. Líderes políticos da oposição foram presos.
No passado janeiro, ao mesmo tempo que se agudiza a grave crise humanitária, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e líder do partido Voluntad Popular, auto-proclamou-se presidente da Venezuela. Poucos dias depois, tinha já sido reconhecido por vários países e instituições: Parlamento Europeu, a maior parte dos países da UE, Estados Unidos da América, Brasil, entre outros.
Mas que papel tem em tudo isto o petróleo venezuelano?
Nesta entrevista, falamos sobre os últimos 20 anos da política venezuelana com quem a viveu por dentro. Mónica Gandarez é venezuelana e portuguesa, formada Relações Internacionais na Universidade de Coimbra, ex-professora de Relações Internacionais e Introdução ao Mundo Islâmico na Universidade de Santamaría, em Caracas, e trabalha em desenvolvimento internacional na Academia de Código. Vê aqui.
Manuel Vicente veio para o bairro da Jamaica, no Seixal, há 23 anos. Não tinha outra alternativa. Quando chegou, não havia eletricidade, não havia gás, não havia rede de esgotos, mas havia a vontade de quem não tem outro teto. Pegou em tijolos e construiu um piso novo em cima dos pisos não acabados, mas já ocupados. Desde essa altura que exige da Câmara Municipal do Seixal condições dignas de habitação e realojamento.
Nesta entrevista, falamos sobre essa luta, sobre a história e origens do bairro da Jamaica, de brutalidade policial e do processo de realojamento dos moradores.
João Torgal foi jornalista precário durante mais de quatro anos. Trabalhou como falso recibo verde na Antena 1, uma emissora de rádio pertencente ao grupo RTP, desempenhando exatamente as mesmas funções que vários camaradas com contratos de trabalho desempenhavam, enquanto a precariedade lhe sugava direitos laborais. Mas não foi o único. Como ele, centenas de outros trabalhadores se sujeitaram ao mesmo – dezenas são jornalistas. Neste mês de janeiro, espera a conclusão de um processo que se arrasta faz tempo, e ser, finalmente, integrado nos quadros da empresa. Ainda assim, muitos profissionais não podem dizer o mesmo. Nesta entrevista, falamos sobre o passado, o presente e o futuro do jornalismo.
No dia em que Jair Bolsonaro toma posse, publicamos a nossa conversa com Guilherme Boulos, ex-candidato à presidência nas eleições gerais brasileiras de 2018 e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Conversámos sobre a perseguição política ao MTST – que o novo presidente ameaçou criminalizar -, das ocupações como arma política, do futuro do combate ao governo, da sua candidatura a presidente da república brasileira e da sua relação com o ex-presidente Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores, que gerou desconforto no seio do PSOL.
Enquanto João Lourenço, Presidente angolano, anuncia como prioridade do seu executivo o combate à corrupção e recebe ativistas críticos da governação do seu partido (MPLA) na Casa Civil, a repressão continua em vários setores da sociedade angolana. Estamos perante um novo regime ou, apenas, a continuação da governação de José Eduardo dos Santos, ex-Presidente durante quase 38 anos? Conversámos com Manuel Dias dos Santos, sociólogo, historiador, membro fundador e porta-voz da Plataforma de Reflexão Angola.
Segundo a ONU, mais de 100 mil refugiados chegaram à Europa em 2018 depois de atravessarem o Mar Mediterrâneo – muitos em barcos de borracha deficientes -, milhares desapareceram durante a viagem. Miguel Duarte faz parte da tripulação do Iuventa, um navio que resgatou mais de 14 mil pessoas refugiadas. Agora, é acusado pelo Ministério Público italiano de ajuda à imigração ilegal. E não é o único. Várias organizações não-governamentais de busca e salvamento têm sido travadas judicialmente, naquilo que Miguel chama de “campanha para acabar com o resgate marítimo”, por parte da União Europeia.
Este ano, 2341 médicos recém-formados fizeram a Prova Nacional de Avaliação e Seriação, que dita o seu destino na escolha da especialidade e do estabelecimento onde continuarão a sua formação, nos anos seguintes. O problema é que só existiam 1665 vagas. Ficaram de fora 676 pessoas. Para conseguir um lugar, é preciso uma boa nota no exame – chamado de Harrison, por ser o nome do livro de referência para o teste. Há quem estude durante um ano, mais de 12 horas por dia. Muitos, recorrendo a cafeína e antidepressivos.
Em julho de 2017, 18 agentes da PSP foram acusados pelo Ministério Público, numa imputação sem precedentes, dos crimes de falsificação de documento agravado e denúncia caluniosa e de tortura, sequestro, injúria e ofensa à integridade física qualificada, agravados pelo ódio e discriminação racial, contra seis residentes do Bairro da Cova da Moura, na Amadora. José Semedo Fernandes é um dos elementos da equipa de advogados dos ofendidos no processo que agora julga 17 desses 18 agentes. Falou-nos sobre o que se passou a 5 de fevereiro de 2015 – o dia em que tudo isto aconteceu -, da brutalidade policial em vários bairros da periferia de Lisboa, que os torna “zonas de exceção”, e de racismo institucional.
O nosso último episódio do programa Passos Perdidos, em parceria com o portal Hemiciclo, foi mesmo o último. Vamos explicar porquê.
Conversamos com Patrícia Santos Pedrosa, arquiteta, feminista e fundadora da associação Mulheres na Arquitectura, sobre o modo como o desenho e a construção do espaço público pode potenciar a violência de género na cidade e o próprio acesso e uso da urbe por todas as pessoas.
O “bolsonarismo” foi maior que Bolsonaro. Nas eleições gerais brasileiras de 2018, a extrema-direita e a direita conservadora conquistaram tudo: o Senado, a Câmara dos Deputados, a Presidência. E, agora, como governará o executivo de Jair Bolsonaro? Esta semana, temos como convidado, desde o Rio de Janeiro, Jairo Nicolau, cientista político, doutorado em Ciência Política no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro e investigador no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Conversamos com Nicole Oliveira, diretora para a América Latina na 350.org, sobre Ambiente, a desflorestação da Amazónia, o poder da bancada ruralista no Brasil, a prospeção de gás natural e petróleo, o genocídio das populações indígenas e as eleições gerais brasileiras, que poderão tornar presidente alguém que promete “botar um ponto final em todo o ativismo no Brasil”.
Vânia Dias da Silva, deputada do CDS-PP, fala sobre incompatibilidades e impedimentos e que regras devem existir para garantir que não existem conflitos de interesses na produção de leis ou na execução das políticas governamentais, e também sobre lóbi e a possibilidade de ser legislado e regulamentado em Portugal.
A música é uma arma. Faz pensar. E é isso mesmo que Linn da Quebrada, 28 anos, artista multimédia brasileira quer provocar com o funk-manifesto das suas canções. Questiona o que é ser mulher, as masculinidades tóxicas, a violência do machismo e como se podem reinventar as noções de corpo e género. É cara e alma do documentário Bixa Travesty, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, premiado no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Deu vários concertos em Portugal durante a turné europeia do seu disco Pajubá, lançado em 2017, e falou connosco no passado dia 10, na Galeria ZDB, em Lisboa.
A duas semanas do segundo turno das eleições gerais brasileiras, conversamos com Danilo Thomaz, jornalista e coordenador de comunicação da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty. Falámos sobre os erros do Partido dos Trabalhadores durante os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, a ameaça autoritária de Jair Bolsonaro, a violência durante a campanha, que já fez mais de 70 vítimas, e a homofobia e transfobia no Brasil.
A propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, temos como convidada Ana Matos Pires, psiquiatra, Diretora do Serviço de Psiquiatria da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo e presidenta da Associação ARIS da Planície. Conversámos sobre as décadas falhadas de políticas públicas de saúde mental – a sua opinião, tivemos os planos de ação certos, mas ficaram no papel. Falamos ainda sobre o futuro do Serviço Nacional de Saúde e da nova Lei de Bases da Saúde, que está em revisão neste momento.
Quem matou Marielle Franco? Conversamos com Mônica Benício, viúva de Marielle e ativista pelos Direitos Humanos. Falamos sobre a investigação do assassinato da ex-vereadora, do seu legado político, da intervenção militar no Rio de Janeiro, e da importância do movimento feminista brasileiro contra o candidato Jair Bolsonaro.
O deputado do Bloco de Esquerda, que há muito dá a cara contra a precariedade, fala da entrada em vigor, a 1 de janeiro de 2019, do novo regime contributivo dos trabalhadores independentes. Analisam-se as mudanças na lei, o que fazer para combater os falsos recibos verdes e tenta perceber-se porque está atrasado o programa de regularização dos precários do Estado.
A menos de duas semanas das eleições gerais brasileiras, as pesquisas mais recentes mostram uma polarização na sociedade brasileira que se cristaliza na escolha entre os dois candidatos com maior taxa de rejeição: Jair Bolsonaro, do Partido Social Livre, e Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores. Neste momento, parece certo, que a luta pelo segundo turno das eleições, que ocorrerá a dia 28 de outubro, será feita entre os dois. Isto, diz José Roberto de Toledo, se nada de estranho acontecer: “Por uma tradição histórica meio inexplicável, sempre acontecem factos supreendentes na última semana. Investigações do Ministério Público, prisões pela polícia federal…”. O jornalista da revista Piauí com quem conversámos esta semana acompanha as eleições brasileiras e as suas pesquisas eleitorais há 30 anos e analisa o que se vai passar a partir de agora.
Eric Nepomuceno viveu a ditadura do Brasil antes de se mudar para Buenos Aires, Argentina. Jornalista, escritor e tradutor de escritores como Gabriel García Márquez ou Eduardo Galeano diz que, hoje, a “situação (no Brasil) é muito próxima a um Estado de exceção”. Aos 70 anos, não tem dúvidas: “roubaram o país e agora não sabem o que fazer com ele”. Nesta entrevista, analisa as várias candidaturas à presidência nas eleições gerais brasileiras, cuja primeira volta acontecerá a 7 de outubro.
Carlos Cipriano é diretor adjunto do jornal regional Gazeta das Caldas, jornalista no Público e há muito que está atento à situação da ferrovia em Portugal. Onde começou, afinal, a degradação da rede ferroviária nacional? Serão os investimentos anunciados suficientes para devolver o bom serviço e uma lógica de rede aos caminhos de ferro?
Rubina Berardo é uma das relatoras da Assembleia da República para o Brexit. A deputada do PSD abordou a saída do Reino Unido da União Europeia e todas as implicações que isso terá para os portugueses e portuguesas que aí vivem e trabalham.
Faz hoje 24 anos desde que o primeiro documento dos Acordos de Oslo foi assinado, mas a paz que prometiam parece cada vez mais longe. Entrevistámos, em Junho deste ano, Ben Ehrenreich, jornalista americano e autor de “The Way to the Spring: Life and Death in Palestine”. Conversámos sobre o Estado de Israel, que classifica como “apartheid, e ferozmente racista e assassino”, sobre como a Autoridade Palestiniana, governo interino criado pelos Acordos, perpetua a ocupação com o seu regime autoritário e repressivo, sobre a interferência dos Estados Unidos da América e ainda sobre Ahed Tamimi, ativista palestiniana presa com 17 anos e libertada, mais tarde, oito meses depois.
A jornalista e editora do The Intercept Brasil analisa o momento político e social: o incêndio no Museu Nacional, as eleições de Outubro – de Lula a Bolsonaro -, a morte de Marielle Franco, a relação entre milícias e políticos e a maior chaga da sociedade brasileira, a violência.
Esta é uma tradução da entrevista feita a Julia Reda, eurodeputada, sobre direitos de autor e liberdade na internet. A entrevista foi gravada a 3 de Setembro de 2018, em Bruxelas, no Parlamento Europeu.
No dia 12 de setembro, a proposta de Diretiva sobre os Direitos de Autor irá a votos no plenário do Parlamento Europeu. Para Julia Reda, eurodeputada, a diretiva “pode levar à censura” na internet. Fomos a Bruxelas entrevistar a parlamentar eleita pelo Partido Pirata Alemão, e que é um dos rostos da oposição à proposta.
O apoio à cultura é um dever do Estado? Será então a Cultura “subsidiodependente”? Serão os hospitais e as escolas “subsidiodependentes” também? Porque é que a atribuição de 1% do Orçamento de Estado para a Cultura é tão importante? Fomos ao Festival Vodafone Paredes de Coura falar de tudo isto com Nuno Lopes, ator e DJ. Na praia fluvial do Taboão, nas margens do Rio Coura, ao vivo e perante centenas de pessoas, conversámos sobre como foi fazer arte no pós-crise e com a chegada da Troika; de cultura e entretenimento e de como a sociedade Portuguesa olha para os artistas.
Estará o euro a revelar-se um bom negócio para alguns países e a condicionar o desenvolvimento de outros? Ricardo Paes Mamede, professor de Economia Política no ISCTE, aborda as muitas nuances da moeda única.
Falámos com a jornalista Joana Gorjão Henriques sobre o racismo existente na sociedade portuguesa e a forma como esta ideologia impregna no nosso quotidiano, o Estado, as ruas e torna tudo mais difícil na vida das pessoas não brancas.
Em 2016, entravam todos os dias em Lisboa 370 mil automóveis que se juntavam aos 160 mil dos residentes da cidade. São mais de meio milhão de veículos. Para David Vale, especialista em mobilidade e planeamento urbano e professor na Faculdade de Arquitetura de Universidade de Lisboa, o problema é simples: “não há espaço” para todos estes carros.
Awni Farhat, palestiniano, nasceu e viveu em Gaza até aos 25 anos. Em 2015, conseguiu escapar ao bloqueio que, há mais de dez anos, Israel e o Egito impõe à região, deixando cerca de dois milhões de pessoas presas em 365 quilómetros quadrados, sem água potável e com a distribuição de eletricidade severamente limitada. Segundo a Organização das Nações Unidas, a continuar assim, a Faixa de Gaza não terá condições de sobrevivência dentro de dois anos, em 2020. A família de Awni continua em Gaza mas as esperanças de que ele possa voltar são poucas. Entrevistámos Awni em Cascais, quando dois dos barcos da Flotilha da Liberdade estavam atracados em Portugal. Ele foi um dos ativistas a bordo.
Margarida Tengarrinha, militante anti-fascista de 90 anos, viveu quase 20 na clandestinidade, com identidades falsas, antes do 25 de Abril. Até esse dia, foi Teresa, Leonor, Marta, Beatriz. Só com a revolução pode voltar a ser ela própria. Trabalhou com Álvaro Cunhal em Portugal e Moscovo e teve o seu companheiro, José Dias Coelho, morto às mãos da PIDE, em 1961.
Ahed Tamimi, menor palestiniana de 17 anos, detida em dezembro pelo exército israelita, deverá ser libertada este domingo, confirmou ao Fumaça, Gaby Lasky, sua advogada. Detida desde dezembro, foi condenada a 8 meses de prisão, por um tribunal militar, num julgamento marcado por violações dos Direitos da Criança. Tudo indica que sairáem liberdade este domingo, 28. Conversámos com a sua advogada, Gaby Lasky, em junho, sobre o sistema judicial militar israelita, que o classifica como “completamente apartheid”.
Uma conversa com o deputado do PSD sobre a recente aprovação da utilização da cannabis para fins terapêuticos e sobre a proposta que este apresentou no último congresso do partido, visando a legalização do consumo recreativo desta planta.
A ativista e feminista fala-nos de pessoas trans e intersexo, da Lei da autodeterminação da identidade e expressão de género, vetada pelo Presidente da República, e da retirada da transexualidade da classificação internacional das doenças da Organização Mundial de Saúde.
A seca de 2017, a poluição no Tejo, a remoção de barragens e a gestão de recursos hídricos em Portugal foram alguns dos temas sobre os quais Rui Cortes, professor na UTAD, se debruçou.
Uma conversa sobre lutas, visibilidade e reconhecimento das pessoas negras; a “Campanha por outra Lei da Nacionalidade”; a “Década Internacional de Afrodescendentes 2015-2024”, decretada pela ONU, e a violência do preconceito.
Uma conversa com o deputado do Partido Socialista sobre aumento do salário mínimo nacional, a contratação de trabalhadores precários do Estado e as mudanças à legislação laboral propostas pelo Governo e Parlamento.
Sílvia Cópio escolheu educar os três filhos em casa porque acha que a escola tem muito que mudar. Preside à Associação Movimento Educação Livre e explica-nos o que é o ensino doméstico.
Um conversa sobre cultura com o designer, produtor e programador cultural Luís Sousa Ferreira. Diretor do festival Bons Sons, do 23 Milhas – o projeto cultural do Município de Ílhavo – e do Caminhos, que envolve 13 câmaras da região do Médio Tejo. Uma conversa sobre cultura, de entretenimento, de apoios públicos às artes, de cidades e aldeias, de poder, de litoral e interior, de ego e falta dele, de saber-fazer.
Trabalho, capital, produtividade, propriedade, desigualdade, espaço público. Que tem isto que ver com o Tempo? Para o filósofo André Barata, tudo. Todas estas dimensões estão relacionadas e vivem condicionadas pela aceleração. É preciso parar, diz, para passarmos a viver e deixarmos de sobreviver.
Em entrevista, Ilan Pappé, historiador israelita, acusa o seu país de levar a cabo um processo de “limpeza étnica” na Palestina e de implementar um Estado colonial de apartheid, afirmando que este deve ser julgado por crimes de guerra.
Nos últimos 20 anos Portugal perdeu perto de quatro centenas de jornais, revistas e rádios locais. Que importância têm os média locais? Terão futuro? João Carlos Correia, professor na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, ensaia algumas respostas.
Portugal é o país com maior área relativa de eucaliptal no mundo. Só 2% da floresta portuguesa é propriedade exclusiva do Estado e não se sabe quem é dono de 1/3 dela. Mas o que tem isso que ver com os incêndios? Pedro Bingre do Amaral, professor no Instituto Politécnico de Coimbra, fala sobre isso.
Houve “conflito de interesses”. A televisão digital terrestre (TDT) não é o que podia ser. Sérgio Denicoli, jornalista e investigador na área dos média, denuncia a relação “simbiótica” entre Estado e Portugal Telecom, vencedora dos dois concursos de implementação da TDT em Portugal.
Da ditadura militar, no Brasil, ao regime socialista de Allende, no Chile, destruído por Pinochet; do 25 de Abril de 1974, à eleição de Lula. Zillah Branco, 81 anos, passou a vida a lutar pela Revolução.
Um debate sobre as comunidades ciganas e o papel da mulher cigana enquanto veículo de mudança, no Festival Política 2018.
Miguel Hirota, investigador e promotor de moedas sociais, explica como as políticas económicas e monetárias não são determinadas pela vontade popular. Fala ainda de moedas sociais como resposta às deficiências do sistema económico.
Carolina Rocha, poeta brasileira e socióloga, fala de “genocídio” da população negra e da “ameaça de ditadura” no Brasil. Explica ainda como a morte de Marielle Franco é um recado para quem desafia as estruturas políticas do Brasil.
Luzia Moniz, angolana, jornalista, socióloga, presidenta da PADEMA, fala-nos sobre feminismo negro, a importância das zungueiras e da economia informal, de neo-colonialismo e da sua admiração por Winnie Mandela.
Carlos Farinha Rodrigues, doutorado em economia e professor no ISEG, explica como é medida a pobreza em Portugal e dá-nos conta da sua dimensão. Fala-nos sobre precariedade, apoio social e aponta o caminho para as políticas que permitem atenuar a pobreza e a desigualdade.
Mamadou Ba, dirigente da SOS Racismo, falou-nos da cultura de impunidade que se sente nas forças de segurança portuguesa e dos casos de violência policial por que sofrem negros em Portugal.
José Sócrates, em entrevista ao Fumaça sobre os seus anos de governação. Da reforma da floresta ao Plano Nacional de Barragens, da avaliação dos professores, ao Caso Freeport e à austeridade. Vê aqui.
Falastine Dwikat, ativista palestiniana, fala sobre a ocupação israelita, a prisão de Ahed Tamimi e conta como é normal uma criança palestiniana estar detida indefinidamente.
Crédito: Edgar’s Mission Farm Sanctuary [https://www.edgarsmission.org.au] Fez cinco anos este mês que morreu Dinis Janeiro, 18 meses, vítima de graves lesões no crânio, após ter sido atacado pelo pit bull da família, Zico, em Beja. A trágica história não saiu das páginas dos jornais durante meses. Pediu-se a execução imediata do bicho. O país envolveu-se […]
Gorée, 13 de Abril de 2017. Marcelo Rebelo de Sousa visitava, no Senegal, este antigo entreposto de tráfico de escravos nas rotas atlânticas. Antes dele, o Papa João Paulo II e o ex-presidente brasileiro Lula da Silva tinham já pedido perdão pelo sofrimento causado. Em Portugal, algumas pessoas esperavam o mesmo do presidente português. Marcelo […]
Pode parecer – é pelo menos essa a ideia que a cobertura mediática tem feito passar -, mas o fim da neutralidade da internet não é a única ameaça à liberdade que o meio digital proporciona a milhares de milhões de cidadãos. Se o comprometimento com a neutralidade da internet estremece nos Estados Unidos da […]
Entre 1999 e 2001, 4 Parcerias Público-Privadas para a construção de autoestradas foram assinadas com a Ascendi, que na altura pertencia ao Grupo Mota-Engil: as auto-estradas do Norte, Costa de Prata e Beiras Litoral e Alta. Jorge Coelho era então Ministro de Estado e do Equipamento Social. Luís Parreirão era Secretário de Estado Adjunto e […]
André Amálio recebeu-nos na sua casa, em Lisboa, e foi aí mesmo que nos contou como uma aluna de doutoramento na Universidade de Coimbra foi impedida pelos seus próprios orientadores de investigar massacres levados a cabo pelo regime português durante o colonialismo. E fez questão de vincar que isto aconteceu agora. Não é coisa de […]
E se o pós-25 de Abril não tiver sido como nos têm contado?
Miguel Carvalho, jornalista, falou-nos da rede terrorista de extrema-direita que matou, espancou, pôs bombas e incendiou sedes de partidos de esquerda em Portugal nos primeiros anos de Democracia.
Entrevista a Patrícia Câmara, psicóloga clínica, psicanalista, autora do livro “Depressão na Infância e Relações Objectais”, doutoranda na área da Psicossomática e a
Sílvia Ouakinin, médica psiquiatra nos hospitais de Santa Maria e na CUF Infante Santos, doutorada em Psiquiatria e Saúde Mental, professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. São ambas dirigentes da Sociedade Portuguesa de Psicosomática.
Jéssica Lopes fala sobre o processo por que passam imigrantes quando chegam a Portugal e sobre as mudanças e protestos que têm ocorrido nos últimos meses.
No dia 1 de Outubro, há pouco mais de um mês atrás, mais de 2 milhões dos cerca de 5,4 milhões de catalães e catalãs foram às urnas votar a independência da Catalunha. As imagens da guarda civil e polícia espanholas a arrastar e carregar quem pacificamente tentava fazer valer o seu voto correram o […]
A 27 de Outubro de 2017, o parlamento catalão declarou a independência da comunidade autónoma. Como surgiu a questão independentista? Como é que o movimento cresceu tanto? Os catalães devem ou não poder escolher se querem fazer parte de Espanha?
“Que o estado seja tão forte que não necessite ser violento” lia-se num panfleto de propaganda do Estado Novo. Era este o lema de Salazar. Matar era uma falha do sistema. O que se queria, antes, era que o povo não pensasse na política, não se manifestasse, não falasse, não saísse à rua, não reagisse. […]
(Fotografia: Reuters/Arnd Wiegmann) Suíça, 5 de Junho de 2016. O Rendimento Básico Incondicional vai a votos, num referendo feito à população Suíça e é esmagado com 77% de votos contra. Não era desta que o RBI chegava à Suíça, embora a discussão do mesmo estivesse presente nos meios académicos deste país desde a década de […]
(Fotografia: Djass – Associação de Afrodescendentes) Reginaldo, mais conhecido por Pêra, nasceu em 1986 na Maternidade Magalhães Coutinho em Lisboa. É cenógrafo e curinga do Grupo de Teatro Fórum da Cova da Moura e do Zambujal, um dos grupos comunitários do Grupo do Teatro do Oprimido. Até hoje, apesar de ter nascido em Portugal e […]
Em Julho de 2017, multiplicavam-se as notícias sobre o trabalho dos deputados da Assembleia da República nos media portugueses. Faziam-se rankings dos mais faltosos, falava-se daqueles que até poderiam "chumbar" por faltas, e apontava-se o dedo àqueles que não abriam a boca no plenário. O Jornal de Notícias, por exemplo, indicava os "dez deputados que […]
"A «empresarialização» de hospitais constitui um vector essencial da reforma da gestão hospitalar em curso (…)” É assim que começa o segundo parágrafo da Resolução do Conselho de Ministros de 7 de Março de 2002, meses depois de António Guterres, Primeiro-Ministro do XIV governo, ter pedido a demissão. Um governo a 10 dias de novas […]
A campanha eleitoral angolana teve início ontem, exatamente um mês antes das eleições gerais. 5 partidos e 1 coligação irão a votos. Na liderança do MPLA estará João Lourenço, atual Vice-Presidente do MPLA e Ministro da Defesa. Quanto ao atual presidente, José Eduardo dos Santos, não se recandidatará pela primeira vez e tudo indica que […]
A 1 de Março de 2017 a comunidade cigana de Santo Aleixo da Restauração acordou com os muros e paredes da sua freguesia pintados. Nesses muros lia-se "Morte aos Ciganos". Mas as ameaças não ficaram por aqui. Um cavalo foi envenenado, uma igreja incendiada, casas e carros queimados, caixões colocados à porta das casas, e […]
Simulacro eleitoral. É assim que Sedrick de Carvalho define o ato eleitoral que acontecerá em Agosto de 2017 em Angola. As eleições presidenciais, agendadas para o dia 23, marcarão o final da presidência de José Eduardo dos Santos, 38 anos depois de ter sido empossado pela primeira vez em 1979. Pelo MPLA, partido que está […]
O ano é 2015. Numa reunião do Eurogrupo, Wolfgang Schauble, ministro das finanças Alemão, profere uma frase que virá a ficar célebre: “Eleições não podem interferir com as políticas económicas que estão a ser aplicadas na Grécia!” Momentos como este sustentavam a narrativa daqueles que se opunham ao sufoco que as políticas neoliberais começavam a […]
Junho é o mês do Orgulho por causa dos acontecimentos no Stonewall-Inn, um bar em Nova Iorque, onde a 28 de junho de 1969 teve lugar uma das primeiras revoltas das pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans, Intersexo (LGBTI) contra as agressões policiais. Há celebrações em todo o mundo e também por cá, como a Marcha do Orgulho de Lisboa e do Porto ou o Arraial Pride. Falámos com Sérgio Vitorino, ativista de mil e uma causas pela igualdade, co-fundador da Marcha do Orgulho de Lisboa e do coletivo Panteras Rosa, entre outros, para entender o que tem sido a história dos movimentos arco-íris em Portugal, nas últimas décadas. Orgulho e preconceito.
Aconteceu no ano passado, em novembro. Saí de casa e o prédio da frente tinha uma fachada nova. Tapado por andaimes com uma rede verde, dava nas vistas uma grande tela, com design a armar ao pingarelho, a anunciar: “Nasceu um novo projeto em Lisboa feito a pensar em si”.Outrora anódino e sem graça, daqui […]
“(…) A minha parte do dinheiro servirá para pagar dívidas à Segurança Social. Parece-me que é um fim nobre.Não sei se é costume dedicar-se este tipo de prémios a alguém, mas vou dedicá-lo.A todos os jornalistas precários.Passado um ano da publicação destas reportagens, após quase três anos de trabalho como jornalista, continuo a não ter […]
Em 1948, cerca de 700,000 palestinianos fugiram ou foram expulsos das suas terras. Israel, para os palestinianos um “estado colonizador”, vinha ocupando parcelas de terreno que pertenciam à Palestina histórica, exigindo para si que esta fosse a sua casa, o seu país. O conflito entre Israel e Palestina dura há quase 100 anos e ainda […]
Depois das eleições legislativas de 2015, 230 deputados ocuparam os seus lugares na Assembleia da República . Apenas um desses deputados e deputadas era negro. Hélder Amaral, do CDS-PP, contava por cerca de 0,43% do número total de deputados que representam pouco mais de 10 milhões de habitantes. Será que em Portugal temos apenas 0.43% […]
Hoje, quem nasce em Portugal não é automaticamente português. Segundo a lei, quem nascer em território português apenas tem a nacionalidade se tiver pai ou mãe portuguesa, ou se os seus os seus pais forem estrangeiros e "aqui residam com título válido de autorização de residência há, pelo menos, 6 ou 10 anos, conforme se […]
A discussão sobre se as finanças devem estar no topo das preocupações políticas é importante, mas o que importa ainda mais perceber são as consequências que a sua linguagem traz para a ligação das pessoas à política. É recorrente hoje em dia ler-se notícias e ouvir-se representantes a utilizar jargão financeiro e económico enquanto se […]
Em 1999, a Sofia Branco, com quem conversamos no episódio de hoje e que na altura trabalhava no Público, foi a única jornalista a assistir a uma conferência de imprensa em Lisboa. Falava-se de Mutilação Genital Feminina. A partir desse dia trabalhou o tema afincadamente, que na época era completamente desconhecido na sociedade Portuguesa. Meninas […]
O Pedro Santos, do É Apenas Fumaça, moderou, na primeira edição do Festival Política, um debate sobre jornalismo independente. Na mesma mesa, juntou-se a ele a Carla Fernandes, da Rádio AfroLis, o Diogo Cardoso, da Divergente, e o Paulo Querido, da newsletter Hoje. Debateu-se o papel do jornalismo independente e a diferença entre ele os […]
A 27 de Dezembro de 2016, na capa do jornal Público lia-se escrito a vermelho e a amarelo: “O que esperar de 2017 – Dez cronistas do Público antecipam o que vai mudar em Portugal e no mundo”. Logo abaixo deste título estavam enfileirados os tais 10 cronistas com as habituais fotografias que acompanham as […]
30 de Outubro de 2016. O CETA é assinado em Bruxelas. Depois de algumas semanas de incerteza, criadas pela resistência do Parlamento da Valónia, o acordo acabava por ser assinado. De um lado a maioria da classe política parece celebrar o resultado, do outro muitos activistas que o protestaram vêem os seus piores receios confirmados. […]
João Camargo, dirigente do BE e ativista em várias causas, traça uma linha reta entre as políticas económicas e as medidas ambientais.
Jéssica Lopes, ativista da Solidariedade Imigrante e investigadora no CIES, retrata a condição do imigrante indocumentado em Portugal.
Alexandre Farto será o mais conhecido artista plástico a trabalhar as ruas portuguesas. Reflete nesta entrevista sobre a ligação entre a sua arte e o ativismo.
Maria Antónia Palla, feminista emblemática, jornalista, e ativista pelos direitos das mulheres, confronta o sexismo em Portugal há décadas.
José Pacheco é o fundador da Escola da Ponte, dinamizador do Projecto ncora, e um activista pela modernização na educação. Defende um método alternativo de organização escolar.
Sham, nome fictício, vive a guerra civil Síria desde os protestos da Primavera Árabe. Fala agora com o Fumaça.
O episódio que vos trazemos esta semana, tem como convidado o Professor António Sampaio da Nóvoa, candidato às eleições presidenciais em 2016, e antigo reitor da Universidade de Lisboa. Durante 45 minutos, falámos das eleições, da sua campanha e estratégia, do actual Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e do seu desempenho, da carta de Cândido […]
Este é o segundo episódio da série de entrevista É Apenas Fumaça sobre religião, dedicado ao judaísmo.
Madrugada de 28 de junho de 1969. A noite seria divertida e extravagante, como sempre no Stonewall-Inn, um bar em Nova Iorque, EUA. Música, álcool, drogas e muita gente fora da norma. A polícia apareceu para uma das habituais rusgas. Voltou a bater e prender a clientela habitual: gays, lésbicas, transexuais, pessoas travestidas, migrantes. Mas […]
Depois de Dilma Rousseff, o Brasil segue nas mãos de Temer. O jornalista Pablo Capilé, defende que a transição foi um golpe.
Nas redações portuguesas, os jornalistas indignam-se coletivamente por existir um grupo anónimo no Facebook a apontar erros ao seu trabalho. Falámos com um dos administradores d’Os Truques da Imprensa Portuguesa para compreender porquê.
Um conversa sobre sobre música de intervenção e o seu papel na luta de libertação contra o regime do Estado Novo, sobre se ela existe ou tem de existir hoje, passando pelos ideais de músicos como Zeca Afonso e José Mário Branco. Conversámos também sobre o 25 de Abril de 1974 e a revolução que falhou, a cultural.
O Plano Nacional de Barragens, apresentado como indispensável para o cumprimento de metas ambientais e com o objectivo de aproveitar o potencial hídrico português, acarreta, também, custos para os contribuintes e para o ambiente. Conversámos com a Ana Brazão e o Pedro Santos, do projeto Rios Livres GEOTA, que têm desempenhado um papel muito ativo na divulgação do impacto social e ambiental do plano junto das populações locais e na sensibilização da opinião pública, mas também do poder local e central, para a emergência de uma discussão séria e inclusiva sobre as reais necessidades de investimento em megaprojetos de produção de energia hidroelétrica.
Falámos com Catarina Príncipe, membro da Comissão Política do Bloco de Esquerda, sobre o estado atual do Projeto Europeu e da União Europeia, passando pela situação grega, pelo ressurgimento de movimentos nacionalistas na Europa e pelo aparente desmoronamento do consenso neo-liberal Europeu. Falámos também de quais são os vários caminhos perante os cenários que se vão adivinhando, e qual o papel que movimentos sociais de várias naturezas podem ter daqui para a frente na Europa.
Conversámos com a Rita Silva, Técnica de Desenvolvimento Comunitário, membro do Bloco de Esquerda e do Habita – Colectivo pelo Direito à Habitação e à Cidade, sobre as famílias que estavam ao abrigo do Programa Especial de Realojamento; sobre quem ficou de fora e que alternativas lhes foram apresentadas; sobre como foram feitas as demolições dos bairros de barracas, e como foram feitos os realojamentos; sobre o Direito à Habitação, e sobre quem tem acesso a ele.
O que é que uma mulher, muçulmana, especialista sobre o Islão e sociedades muçulmanas na Universidade de Cambridge e investigadora associada no CEI-IUL, tem a dizer sobre o Islão? Conversámos com Faranaz Keshavjee, neste segundo episódio da nossa série de religião. Falámos sobre o início do Islão, do Alcorão, dos direitos das mulheres, de terrorismo e do daesh, e muitos outros temas.
Numa entrevista ao Francisco Louçã sobre capitalismo, falámos sobre a história e o capitalismo atual, sobre neo-liberalismo e a sua influência no processo democrático, e em instituições como a União Europeia. Olhámos também para o futuro. Procurámos debruçar-nos sobre para onde seguem as sociedades capitalistas. Quais as várias transformações que podem vir a sofrer numa era onde a inovação tecnológica acontece a uma velocidade estonteante?
Conversámos com o sociólogo António Pedro Dores, membro da Associação Contra a Exclusão e pelo Desenvolvimento, sobre as prisões como mecanismo de discriminação e legitimação, o ciclo vicioso da institucionalização, a corrupção nos serviços prisionais e no sistema judicial, e os contornos perversos do proibicionismo.
Juan Branco, assessor jurídico da Wikileaks e membro da equipa de defesa de Julian Assange, fala sobre o papel dos whistleblowers na Democracia.
Conversámos sobre racismo na Cova da Moura, com Flávio Almada, rapper e ativista, também conhecido por LBC. Abordámos a história do racismo e da sua evolução; falámos sobre colonialismo português e a continuidade colonial; sobre a supressão de presunção de inocência dentro dos bairros periféricos e do tipo de cobertura que os media tradicionais fazem destes mesmos bairros, principalmente quando existem casos de brutalidade policial.
Entrevistámos o ativista, jornalista e investigador Domingos da Cruz sobre as eleições em Angola, o autoritarismo do regime e a censura da imprensa. E ainda sobre as consequências das revoluções na Líbia e na Síria e a influência do capital angolano na comunicação social portuguesa.
Numa série sobre a religião, falámos sobre ateísmo com o Ricardo Araújo Pereira. Uma entrevista surpreendentemente séria sobre Deus, sobre o mal associado à religião, a noção de culpa e pecado, o medo da morte.
Conversámos com José Miguel Pereira, engenheiro florestal e investigador, sobre as estratégias de proteção civil, a desvalorização da prevenção, a complexidade de lidar com um território maioritariamente privado e fragmentado, as lógicas nos processos de reflorestação, mas sobretudo, o que não tem sido feito para proteger as florestas e a paisagem rural em Portugal.
Marta Araújo estudou 80 manuais escolares de História em Portugal, desde o 25 de Abril. Quis perceber como os manuais narram o colonialismo, a escravatura; como representam visualmente os africanos e os escravos; como contam a estória das lutas da libertação. Conversámos sobre tudo isso, e sobre o papel que estes mesmos manuais escolares têm na perpetuação da ideia do eurocentrismo em Portugal.
Convidámos a Beatriz Gomes Dias, professora de Biologia no agrupamento de escolas Filipa de Lencastre e ativista e uma das fundadoras das Djass – Associação de Afrodescendentes. Faz também parte da Comissão Política do Bloco de Esquerda. Desta vez, e aproveitando a sua experiência particular como professora negra e na militância política, aprofundámos o racismo […]
Será que essas relações estão a ser bem exploradas e cultivadas? Quais as implicações para Portugal, de eventos como as eleições Americanas ou o Brexit? Falámos com Bernardo Pires de Lima, investigador em relações internacionais, sobre a política externa Portuguesa, ou a falta dela.
Conversámos com Bárbara Rosa, jurista e investigadora, sobre transparência, gestão pública e corrupção, sobre o papel do Ministério Público no caso dos submarinos, sobre whistleblowers e Democracia Direta.
Entrevista a Cristina Roldão, socióloga e investigadora do ISCTE-IUL, e Pedro Abrantes, sociólogo e investigador na área da Educação, sobre o impacto da origem africana no sucesso e percurso escolares, o problema português das elevadas taxas de reprovação no 1º ciclo, a segregação prevalente.
Em conversa com a jornalista Joana Gorjão Henriques, questionámos o que os manuais escolares nos contam sobre o colonialismo português. Falámos sobre racismo, escravatura e um passado que se parece varrer para debaixo do tapete.
Será a homofobia um não-assunto em Portugal? Conversámos com Miguel Vale de Almeida, antropólogo, ativista pelos direitos LGBT.
Conversámos com Luaty Beirão sobre o que se passa em Angola, o futuro do movimento, inspiração da Primavera Árabe e a (não) intervenção do governo português.
Conversámos com o investigador António Brito Guterres sobre papel dos territórios na exclusão social, a representatividade democrática das comunidades e sobre os movimentos grassroots em Portugal e no Mundo.
Conversámos com Pedro Magalhães, doutorado em Ciência Política, sobre a ideia que temos de Democracia, sobre abstenção, o comportamento dos jovens e como eles participam na política, sobre se os portugueses estão satisfeitos com a Democracia e se a continuam a preferi-la em relação a uma ditadura.
Conversámos com Daniel Oliveira, jornalista e colunista, sobre o papel da Comunicação Social e a sua pluralidade, sobre o estado do jornalismo e a seriedade dos jornalistas, sobre o futuro dos media como negócio e a consequência desse futuro para a sociedade.
Conversámos com Rui Tavares, historiador e ex-eurodeputado sobre o Projeto Europeu, a história da Europa, o facto de termos uma união monetária mas não política, o papel do Parlamento Europeu, a soberania dos povos e o futuro dos países do sul.