Durante anos, um plano para revolucionar o acesso aos cuidados de saúde mental em Portugal espreitou desde a gaveta de vários governos. O seu atraso afeta doentes, famílias e profissionais. Nesta série de 13 episódios sobre saúde e doença mental, vamos das experiências pessoais à política, das promessas à prática.
Nesta série de oito episódios, o resultado de uma investigação de dois anos no interior da segurança privada em Portugal, revelamos um setor de precariedade extrema e violência sistémica, largamente financiado pelo Estado.
Sabe-se há, pelo menos, 30 anos, que milhões de pessoas terão de se deslocar por causa da crise climática. Apesar disso, esta não é ainda uma razão válida, na lei internacional, para fugir e procurar refúgio.
Desde a criação da União Europeia, enquanto as fronteiras internas caíam, uma Fortaleza externa foi-se erguendo. Nesta série de três episódios, falamos sobre os muros que a Europa construiu para que imigrantes e refugiados ficassem de fora.
Até ao fim do 2019, uma petrolífera planeia furar em Aljubarrota e na Bajouca, em busca de gás natural. Nesta série de quatro episódios, contamos as histórias por contar, os bastidores, a oposição das populações e as promessas da empresa.
“Palestina, histórias de um país ocupado” é a nossa primeira série documental. Em seis capítulos, contámos a história de uma ocupação através das vozes de quem lhe resiste. Durante dez dias, em setembro de 2017, estivemos entre Ramallah, Belém, Hebron e Jerusalém para perceber como vive a Palestina ocupada.
Como se faz quarentena sem uma casa? Conversámos com as pessoas que resistem nas ruas de Lisboa, com ou sem pandemias, mesmo quando o distanciamento social e a quarentena são impossíveis.
A minoria étnico-religiosa Yazidi é pouco conhecida e pouco falada. No verão de 2014, com a guerra na Síria e a instabilidade no Iraque, uma brutal perseguição por parte dos fundamentalistas do Daesh culminou num genocídio. Para o autoproclamado Estado Islâmico, a cultura e modos de viver dos Yazidi não era dignos e, por isso, deviam ser eliminados. Cerca de 5000 pessoas foram mortas. Mais de 6000 mulheres e crianças foram raptadas, torturadas, escravizadas, violadas. Que povo é este? O que lhe aconteceu? Quem o ajudou?
Em maio, o Supremo Tribunal israelita deu luz verde ao que, efetivando-se, será uma das maiores expulsões de pessoas palestinianas de suas terras nas últimas décadas. Os jornalistas Ricardo Esteves Ribeiro e Rafaela Cortez foram até Masafer Yatta, na Palestina, perceber o que aconteceu.
James Baldwin, escritor norte-americano, ativista anti-racista, anti-colonialista e anti-imperialista, morreu a 1 de dezembro de 1987. Baldwin foi um dos mais influentes artistas da sua geração e uma das personalidades mais relevantes do movimento pela igualdade dos direitos civis nos Estados Unidos da América, nas décadas de 50 e 60. Passados 31 anos da sua morte, relembramos a sua vida e obra.
Cristina Tavares, operária corticeira, diz que nunca pediu a atenção mediática a que foi votada quando denunciou a empresa que a tentava vencer pelo cansaço: despediu-a duas vezes, foi condenada por assédio e ofereceu-se para pagar a sua saída. Ainda assim, Cristina não desistiu de provar que ali havia trabalho para ela. Esta é a história da luta de uma mulher pelo seu posto de trabalho.
A Revolução de Abril trouxe o fim oficial do império português. Um império que serviu a pilhagem de terras, a expropriação de recursos, a massiva violação sexual e a transformação de corpos negros em mercadoria, criando o maior mercado transatlântico de pessoas escravizadas na história. O processo de descolonização deu-se por terminado sem uma reparação das suas vítimas e um apuramento de responsabilidades. Será possível pagar as dívidas do colonialismo? Como convidados para este debate ao vivo, parte do programa “Mais Um Dia”, do Teatro Municipal São Luiz, tivemos Elísio Macamo, professor catedrático de Estudos Africanos e Sociologia na Universidade de Basileia, Jessica Bruno, doutoranda do programa de pós-colonialismos e cidadania global do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e Yussef, militante do Movimento Africano de Trabalhadores e Estudantes – RGB e membro do grupo Consciência Negra.
Rafaela Granja, socióloga e investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, reflete sobre as experiências femininas de reclusão, a sexualidade dentro dos muros de um estabelecimento prisional, e o impacto de uma pena de prisão em pessoas reclusas e nas suas famílias.
A ativista e feminista fala-nos de pessoas trans e intersexo, da Lei da autodeterminação da identidade e expressão de género, vetada pelo Presidente da República, e da retirada da transexualidade da classificação internacional das doenças da Organização Mundial de Saúde.
Ricardo Sobhie Diaz é uma das principais autoridades do Brasil e do mundo nas pesquisas relacionadas com o VIH/SIDA [Vírus da Imunodeficiência Humana/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida]. À frente do laboratório de retrovirologia da Escola Paulista de Medicina, conduz hoje um estudo científico que teve um resultado inédito: o primeiro paciente no mundo a conseguir ter uma carga viral de zero – ou seja, deixar de apresentar o vírus no corpo – através de uma combinação de medicamentos. A investigação, 100% brasileira, é pioneira e promete passos promissores no caminho da cura.
Margarida Tengarrinha, militante anti-fascista de 90 anos, viveu quase 20 na clandestinidade, com identidades falsas, antes do 25 de Abril. Até esse dia, foi Teresa, Leonor, Marta, Beatriz. Só com a revolução pode voltar a ser ela própria. Trabalhou com Álvaro Cunhal em Portugal e Moscovo e teve o seu companheiro, José Dias Coelho, morto às mãos da PIDE, em 1961.
Em entrevista ao Fumaça, a ex-vereadora da Habitação da cidade de Lisboa (2009-2013), ainda deputada à Assembleia da República como independente nas listas do PS, e presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, admite que falhou ao não prever as mudanças no mercado imobiliário. Explica que foi António Costa, à época presidente da Câmara Municipal, quem pressionou para “alienar o mais possível” o património da capital.