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De Ramallah vê-se Telavive, é perto. Não fosse o muro, os postos de controlo, o exército, o trânsito caótico, que separam as capitais da Palestina e de Israel. Uma viagem de 4 horas, com tempo para perceber como há décadas um povo coloniza outro.
Neste episódio vamos até Belém conhecer a história de Anas. Como é viver no Aida Camp, um campo de refugiados palestinianos onde todos os dias o exército israelita faz rusgas, atira bombas de gás lacrimogéneo, granadas de atordoamento, canhões de água de esgoto e dispara armas de fogo?
Em Hebron, há ruas só para colonos, bairros só para colonos, onde os palestinianos não podem passar.
Todos os anos, mais de 500 menores palestinianos, a partir dos 12 anos, são presos pelo estado Israelita: julgados por tribunais militares, detidos e interrogados contra as regras da Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança. Neste episódio, percebemos como isto acontece.
No episódio de hoje, vamos perceber a história de Jerusalém e porque parece ser o epicentro de tudo o que acontece. Vamos ainda recordar os Acordos de Oslo, a forma como eles condicionam a ocupação efetiva e ouvir o que pensa alguém que cresceu num colonato.
No episódio de hoje, falamos sobre a resistência palestiniana: das Intifadas, à luta armada. Da Fatah, ao Hamas. Do BDS, à solução de um ou dois Estados.
Três anos após o Estado ter concessionado milhares de quilómetros de subsolo à petrolífera Australis, Maria Celeste descobre que querem fazer um furo de prospeção de gás natural à porta de sua casa, em Aljubarrota, Alcobaça. Nunca a avisaram. Longe dos olhares, os terrenos já tinham sido vendidos. O que deixaram na região as petrolíferas que, durante décadas, procuraram petróleo e gás no Oeste?
Em outubro de 2018, a Australis Oil & Gas anuncia mais um furo, desta vez na Bajouca, no concelho de Leiria. Os Estudos de Impacte Ambiental avançam. Mas na freguesia ninguém sabia de tais planos. Ou será que sabia? Afinal, quem é esta empresa, o que quer fazer em Portugal e como tem sido recebida por populações, ambientalistas e autarcas?
A Australis foi a Aljubarrota e à Bajouca apresentar-se ao povo. Como vão ser feitos os furos e de que forma? E como apareceu nos contratos a referência à técnica de fraturação hidráulica (fracking)? Que promessas fez a empresa? Há medo de que as águas sejam contaminadas e de que haja impactos negativos na agricultura. Na Bajouca, a maioria da população está contra o furo – e mostra-o.
O governo de António Costa quer que Portugal seja a porta de entrada, na Europa, do gás de fracking norte-americano. A União Europeia injeta milhares de milhões de euros nos negócios do gás natural, subsidiando projetos faraónicos. Mas há muitas pessoas a querer travar a proliferação da indústria petrolífera, seja nas lutas contra os furos de gás de Alcobaça e Bajouca ou nas greves estudantis pelo clima.
Quando Mory Camara fugiu da Guiné-Conacri nunca pensou vir para a Europa, queria apenas estar em segurança. Um ano e meio depois, atravessava o Mar Mediterrâneo pela quarta vez, depois de meses de tortura e escravatura na Líbia. Foi resgatado pela Sea Watch com mais 46 refugiados, a 19 de janeiro de 2019. Mas a sua viagem não acabou aí.
Em fevereiro de 2016, Muhamad Abid Khan veio do Paquistão para a Europa, para poder oferecer uma vida mais segura à sua família. Mas só em novembro de 2018 conseguiu obter a autorização de residência que lhe permite residir legalmente em Portugal. Pelo caminho, ficou três anos sem poder ver as filhas. Como ele, milhares de imigrantes indocumentados esperam anos por uma resposta do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Em 2017, Paolo Borromeo viu um anúncio sobre Vistos Gold, em Portugal, e enviou um email a David Poston, a perguntar como funcionava o programa. Foi aí que tudo começou. Hoje, detém um apartamento na Baixa de Lisboa, um prédio no Bairro Alto e a autorização de residência que tantos imigrantes indocumentados desesperam por receber.
Os habitantes da tabanca de Djobel, uma pequena aldeia no noroeste da Guiné-Bissau, não compreendem porque está a natureza de que sempre cuidaram a castigá-los. A fábula da serpente é, para alguns, uma forma de fazerem sentido do que lhes está a acontecer. O mar está a subir e a roubar-lhes a terra, as casas, os locais sagrados. A água vai obrigá-los a fugir. Para onde?
Quando a guerra chegou, a Síria estava a sair de cinco anos de seca extrema que devastaram o país. Cerca de 800.000 sírios tinham perdido os seus meios de subsistência, milhares mudaram-se para as cidades. Adam Al Alou, investigador, viu isso de perto. Que papel teve a crise climática em tudo isto?
Lúcia Bayan, doutoranda em Estudos Africanos, dedica-se há mais de uma década ao estudo das sociedades e do sistema político da etnia felupe na Guiné-Bissau. Esta é uma entrevista sobre a história de uma aldeia em risco de ser engolida pelo mar.
Em 2011, Ioane Teitiota pediu à Nova Zelândia que o reconhecesse como o primeiro refugiado climático do mundo. Kiribati, o pequeno arquipélago no Pacífico onde vive com a mulher e os três filhos, poderá estar praticamente submerso em 2050. A sua luta terminou sem sucesso. E, ainda hoje, os refugiados climáticos caem pelas brechas da lei de asilo.
Em junho de 1972, um acordo internacional das Nações Unidas assumiu uma nova maneira de pensar a relação com o ambiente. Em Estocolmo, líderes dos Estados-membros reconheceram, pela primeira vez, a existência de alterações climáticas provocadas pelas atividades humanas. Nos 48 anos que passaram desde então, as emissões globais de gases com efeito de estufa duplicaram.
Carla Amado Gomes é especialista em Direito Ambiental e professora na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Nesta entrevista, fala sobre as questões que a crise climática coloca ao Direito, os litígios climáticos contra os Estados e a responsabilidade histórica dos países industrializados.
Desde o chamado período colonial, pessoas e recursos fluem do Sul para o Norte, de uma forma muitas vezes violenta. A crise climática reflete esse mesmo desequilíbrio de forças e deixou à vista uma dívida ecológica histórica por pagar.
Emellin de Oliveira é investigadora em Direito de Imigração e Asilo, atualmente a estudar a securitização da migração na União Europeia. Nesta entrevista, falta sobre refugiados climáticos e as possibilidades de proteção internacional de pessoas forçadas a migrar por causa da crise climática.
Até ao fim do 2019, uma petrolífera planeia furar em Aljubarrota e na Bajouca, em busca de gás natural. Nesta série de quatro episódios, contamos as histórias por contar, os bastidores, a oposição das populações e as promessas da empresa. Meses de investigação não deixam dúvidas: as decisões nacionais e europeias estão a salvar a indústria do gás.
O Estado detém o monopólio da violência legal. Mas, se assim é, como se explica a ligação umbilical entre a segurança privada e as forças públicas de autoridade? Este é o primeiro episódio da série “Exército de Precários”, uma investigação de dois anos sobre a segurança privada em Portugal.
Do dia para a noite, centenas de seguranças perderam décadas de direitos laborais. Os patrões são claros: não é problema deles. Segundo episódio da série “Exército de Precários”, uma investigação de dois anos sobre a segurança privada em Portugal.
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