Jornalismo independente, progressista e dissidente
As eleições legislativas do passado domingo trouxeram resultados históricos: este será o Parlamento com mais mulheres, com mais partidos e o primeiro com três mulheres negras – Joacine Katar Moreira, Romualda Fernandes e Beatriz Gomes Dias. Ao mesmo tempo, foi eleito um deputado da extrema-direita racista e xenófoba.
Inocência Mata, professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Susana Peralta, professora de Economia na Universidade Nova SBE, falam sobre os resultados eleitorais, a formação de governo e a diversidade do novo Parlamento.
Para falar sobre ambiente e economia, respondendo à pergunta “Como crescer de forma sustentada?”, o podcast Perguntar Não Ofende, produzido por Daniel Oliveira e por João Martins, juntou candidatos às legislativas de outubro de cinco partidos com assento parlamentar: Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda; Bruno Dias pela CDU; João Matos Fernandes do PS; Álvaro Almeida do PSD e Cecília Meireles do CDS. O PAN foi convidado, aceitou o debate mas, no próprio dia, cancelou a sua presença.
Este debate, assim como várias entrevistas que iremos publicar, está integrado no projeto “Eleições em Rede 2019”, que junta projetos independentes, meios de comunicação locais e universitários na cobertura da campanha para a votação do próximo Parlamento.
Vinte anos depois do lançamento do euro, quais as consequências de uma moeda comum a 19 países? Que impactos tem em estruturas produtivas e balanças comerciais tão distintas? Quem saiu a ganhar? Eugénia Pires, economista e ativista da Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida, acredita que o projecto da moeda única serviu os grandes grupos económicos exportadores, cujo capital acumulado não repassa para o dia-a-dia dos cidadãos. “Na Alemanha, os trabalhadores também não têm beneficiado do euro.” Falamos sobre a entrada e saída do euro, sobre as oportunidades, as desigualdades, sobre a crise da dívida de 2008, os desejos de união política e um orçamento comum da Zona Euro. O que é ainda possível fazer na moeda única? Deve-se considerar o seu fim?
Laura Carvalho é um dos principais nomes da nova geração de economistas no Brasil. A professora na Universidade de São Paulo lançou, em 2018, o livro “Valsa Brasileira – do boom ao caos econômico”, que analisa as transformações pelas quais o país passou entre 2006 e 2017.
O jornalista Danilo Thomaz entrevistou a investigadora brasileira sobre três temas fundamentais, para perceber o atual momento político do país: o governo de Lula da Silva, no qual, explica, “a elite se beneficiou tremendamente“ e se “fez muito menos em termos de mudança estrutural do que se gostaria”; o mandato de Dilma Rousseff e a sua política económica; e o período pós-impeachment da presidenta, incluindo a prisão de Lula e a eleição do novo presidente, Jair Bolsonaro.
Trabalho, capital, produtividade, propriedade, desigualdade, espaço público. Que tem isto que ver com o Tempo? Para o filósofo André Barata, tudo. Todas estas dimensões estão relacionadas e vivem condicionadas pela aceleração. É preciso parar, diz, para passarmos a viver e deixarmos de sobreviver.
Miguel Hirota, investigador e promotor de moedas sociais, explica como as políticas económicas e monetárias não são determinadas pela vontade popular. Fala ainda de moedas sociais como resposta às deficiências do sistema económico.
José Sócrates, em entrevista ao Fumaça sobre os seus anos de governação. Da reforma da floresta ao Plano Nacional de Barragens, da avaliação dos professores, ao Caso Freeport e à austeridade. Vê aqui.
Falámos com Catarina Príncipe, membro da Comissão Política do Bloco de Esquerda, sobre o estado atual do Projeto Europeu e da União Europeia, passando pela situação grega, pelo ressurgimento de movimentos nacionalistas na Europa e pelo aparente desmoronamento do consenso neo-liberal Europeu. Falámos também de quais são os vários caminhos perante os cenários que se vão adivinhando, e qual o papel que movimentos sociais de várias naturezas podem ter daqui para a frente na Europa.
Numa entrevista ao Francisco Louçã sobre capitalismo, falámos sobre a história e o capitalismo atual, sobre neo-liberalismo e a sua influência no processo democrático, e em instituições como a União Europeia. Olhámos também para o futuro. Procurámos debruçar-nos sobre para onde seguem as sociedades capitalistas. Quais as várias transformações que podem vir a sofrer numa era onde a inovação tecnológica acontece a uma velocidade estonteante?
Conversámos com Rui Tavares, historiador e ex-eurodeputado sobre o Projeto Europeu, a história da Europa, o facto de termos uma união monetária mas não política, o papel do Parlamento Europeu, a soberania dos povos e o futuro dos países do sul.