Durante anos, um plano para revolucionar o acesso aos cuidados de saúde mental em Portugal espreitou desde a gaveta de vários governos. O seu atraso afeta doentes, famílias e profissionais. Nesta série de 13 episódios sobre saúde e doença mental, vamos das experiências pessoais à política, das promessas à prática.
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Contribuir01.
Joana Lima compara a depressão a um animal ferido, em carne viva. Os lugares confortáveis desaparecem e tudo dói. Mas, antes do fim da linha, há ajuda.
02.
Pedro Coquenão não podia fingir que nada tinha acontecido. Por isso, colocou sobre a testa engessada um sinal onde se lia “Frágil”, como quem diz: “Esta pessoa está frágil da cabeça.”
03.
Nico tinha um barulho dentro da cabeça, que só crescia à medida que ficava sozinho consigo mesmo.
04.
Gonçalo Pereira perguntava como podia ter leitura de que algo não está bem quando não conhecia um sentimento diferente.
05.
Cláudia R. Sampaio escreveu e pintou para se salvar. O desespero, que se repetia, deixou de ser um lugar tão visitado.
06.
Mesmo afetando milhões de pessoas, a doença mental pode parecer profundamente isoladora. Os estigmas da psiquiatria ajudam a explicar porquê.
07.
A frase “Não enlouquece quem quer” transformou a forma como João Madeira olhava para o poder que tinha sobre os seus pensamentos. A doença mental não tem sentenças determinísticas, mas fatores e momentos de risco.
08.
Um tratamento disponível à porta de casa para algumas pessoas pode não existir no raio de centenas de quilómetros para outras.
09.
O direito à reabilitação psicossocial tem-se democratizado a passos lentos. A rede pública para a generalizar está longe das metas a que foi proposta.
10.
O internamento é a face mais visível, embora a mais pequena, dos cuidados de saúde mental. Tentamos entender como as condições de trabalho o influenciam por dentro.
11.
Os atrasos na implementação do Plano Nacional de Saúde Mental significaram o crescimento de um hospital psiquiátrico e a consolidação da sua dependência durante mais de uma década. Com períodos de sobrelotação pelo meio.
12.
O Plano Nacional de Saúde Mental propôs-se a reformar os cuidados com uma meta ambiciosa. Mas muitas das suas propostas demoraram a ser desengavetadas. Tentamos traçar-lhe o percurso político.
13.
Cada suicídio pode deixar dezenas de sobreviventes. As suas narrativas ajudam a entender o que podia ter sido diferente e como se vive o luto.
Nesta entrevista extra da série Desassossego, ouves a entrevista com o psiquiatra Jorge Mota, especialista em eletroconvulsoterapia, gravada em maio de 2021. Falamos sobre este tipo de tratamento, a sua história, o estigma associado e os esforços para o ultrapassar.
Nesta entrevista extra da série Desassossego, ouves o psiquiatra Ricardo Gusmão, investigador, professor universitário, e dirigente em Portugal da Aliança Europeia Contra a Depressão. Falamos sobre o suicídio, a subnotificação do número de casos e a prevenção nos cuidados de saúde.
Este é um extra da série Desassossego, sobre saúde e doença mental. Ouves um excerto da entrevista com Susana Sousa Almeida, psiquiatra no departamento de Psico-Oncologia do IPO do Porto, sobre depressões, reabilitação psicossocial e acesso aos cuidados de saúde mental.
Terminada a série Desassossego, sobre saúde e doença mental, debatemos um dos temas que ficou à margem dos 13 episódios: a liberdade e o tratamento involuntário. Este debate, preparado em parceria com a Rádio Aurora – Outra Voz, juntou o psicólogo Elias Barreto e a psiquiatra Susana Pinto Almeida. A gravação foi feita ao vivo, no passado dia 4 de fevereiro, no Teatro Ibérico, em Lisboa.
Figura incontornável da pedopsiquiatria e da psicanálise em Portugal, António Coimbra de Matos dedicou grande parte da sua vida a tentar entender a depressão. Em entrevista, fala sobre a relação das doenças mentais com a família e o trabalho. Esta entrevista integra uma grande reportagem sobre saúde mental e prevenção do suicídio que publicaremos no futuro.
Miguel Bragança preside ao Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, desde 2018, é psiquiatra no Hospital de São João e professor auxiliar convidado na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Nesta entrevista, gravada no início de junho, fala sobre a psiquiatria no Sistema Nacional de Saúde e no terceiro setor, olha para a saúde mental em tempo de pandemia e analisa as profundas desigualdades de acesso a tratamento psiquiátrico e psicológico, em Portugal.
Três anos após a promulgação da lei do direito à autodeterminação da identidade e expressão de género, ouvimos Zélia Figueiredo, psiquiatra, especialista em sexologia. Desde 2009 passaram pela sua consulta no Hospital Magalhães Lemos, no Porto, mais de 650 pessoas trans. À beira da reforma, lembra que a transexualidade não é uma doença – por isso não precisa de diagnóstico – e que a saúde mental de quem acompanha é sobretudo afetada pela discriminação e violência transfóbica.
Se alguém está em perigo de vida, liga para o 112.
Se tens sintomas de depressão ou pensamentos suicidas, há uma linha gratuita de aconselhamento psicológico no SNS 24. Liga 808 24 24 24, escolhe a opção 4. A chamada não é gravada.
Podes ainda recorrer a estas ajudas:
Todos os dias. 15h30-00h30
213 544 545 | 912 802 669 | 963 524 660
Todos os dias. 16h-23h
Todos os dias. 21h-00h; 20h-23h (Açores)
225 50 60 70
Todos os dias. 16h-22h
222 030 707 | 960 460 446 (WhatsApp)
Todos os dias. 22h-01h (suspensa durante as férias escolares)
915 246 060 | 969 554 545 | 239 484 020
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