Tiago Duarte sobre perturbações do comportamento alimentar

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Ouve primeiro a reportagem Trinta e dois e setecentos

As perturbações do comportamento alimentar têm causas variadas – condicionantes genéticas, fatores sociais e características da personalidade – e fatores precipitantes igualmente vastos. Mas, de forma generalizada, é possível olhar para os comportamentos de privação, purga e compulsão alimentar, que estão na base destas doenças, como formas mal adaptativas de lidar com sentimentos negativos e  sofrimento.

Dentro e fora das redes sociais, comportamentos de risco são potenciados pela proliferação, sem respaldo científico, de dietas restritivas não equilibradas, de narrativas que fazem equivaler um ranking social e um ideal de sucesso à capacidade de controlo alimentar, e promovem padrões de beleza emagrecidos. São mensagens pró-anorexia (conhecidas como pró-Ana) e pró-bulimia (pró-Mia), que reforçam relações de obsessão com a comida e a perpetuam em ciclos viciosos. “Não é raro ter uma doente que segue no Instagram uma outra doente que também tenho em consulta e que diz que gostava de ser como ela”, diz Tiago Duarte, psiquiatra no núcleo de perturbações do comportamento alimentar do Hospital de Santa Maria, que integra o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, e professor convidado na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. 

Nesta entrevista, falamos sobre o espectro de perturbações psiquiátricas associadas à alimentação, os fatores evolutivos que as mantiveram ao longo da história, os mecanismos fisiológicos que as perpetuam, a prevenção e a inclinação medicocêntrica do tratamento.

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