Episódio 5/13

Dentro dos meus sapatos

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TRANSCRIÇÃO

Nuno Viegas: Olá. Eu sou o Nuno Viegas. Este é o quinto episódio da série Fumaça sobre saúde e doença mental, Desassossego. Foi toda escrita para ser ouvida com auriculares ou auscultadores.

Neste episódio, falamos de sofrimento psicológico e de dor extrema, de forma explícita. Enquanto ouves, caso te sintas em perigo, liga para o número de emergência em Portugal, o 112. Se tiveres sintomas depressivos, ponderares fazer mal a ti próprio, o SNS24 tem um serviço de acompanhamento psicológico no 808 24 24 24. Também há, na transcrição deste episódio, em fumaca.pt, uma lista de linhas de apoio que podes contactar. Como a SOS Estudante.

Está tudo dito. Deixo-te com a história, gravada em junho de 2020.

I

Cláudia R. Sampaio:

“Sei que ainda respiro, mexo-me, sobrevivo entre 
estas camas 
Rastejei-me nas precárias imagens dos meus sonhos,
fui estúpida
bem sei que morria dentro dos meus sapatos
Quero entrar pelo umbigo,
desnascer pelas unhas
Empurram-me para um chuveiro
O vento entra e abençoa este altar naufragado
Escoam-me a sujidade doméstica
Sou um bebé-bicho na podridão da minha alcofa
e abro muito a boca à procura do primeiro choro
Depois, brilho como um lustre
uma estátua elegante de seringa no braço

Caminho pelo corredor, de um mundo ao outro
Olho e fixo-me como um prego fascinado
Médicos alheados estalando frases
Doentes insultando-se em círculos
Esta gente vem da minha lembrança de dor,
pontes levadiças do coração supremo

Tudo isto é incrível como o lugar onde nunca fui
Estou sozinha
Estou limpa
Virginal
Inteira como um coice do universo”

Já não me deito em pose de morrer, Cláudia R. Sampaio

Cláudia R. Sampaio: Achei que aquele verso resumia bem. Vai-se ouvir o meu isqueiro, não vai

Margarida David Cardoso: Não faz mal. Ia pedir que te apresentasses. Pode ser? O que quiseres dizer.

Cláudia R. Sampaio: Sou a Cláudia R. Sampaio. Tenho duas gatas que são como filhas. Vivo com o meu namorado na Penha de França. Escrevo poesia e pinto.

Margarida David Cardoso: Já te ouvi dizer em algumas entrevistas que não escreves como um diário. Como é que tu escreves?

Cláudia R. Sampaio: Isto não vão ser perguntas fáceis. Pois, já ouvi pessoas dizerem que tenho uma poesia muito confessional e eu percebo. Eu, para dizer a verdade, nem sei como é que escrevo. Acho que se soubesse como é que escrevo, como é que acontece propriamente, não escrevia, porque eu perco sempre o interesse nas coisas que desmistifico. 

Eu, aos cinco anos, aprendi a escrever e desde a escola primária que quando me pediam para escrever aquilo saía em jeito de poema – o poema possível para uma criança com aquela idade. Inclusive aconteceram histórias de que no início a minha professora achava, se eu os trouxesse de casa, que eles eram escritos por outra pessoa. E um dia foi a minha avó que foi à escola e explicou que era impossível, porque ela não sabia ler nem escrever e a minha mãe só chegava a casa sempre, às vezes, quando eu já estava a dormir. Então sempre tive essa relação muito… como é que eu ia dizer isto? Era assim que acontecia, a poesia aparecia-me. 

II

Era uma criança um pouco triste em certas coisas, porque não tinha irmãos, pelas dificuldades económicas, mesmo as diferenças para os restantes membros da minha família, ou dos meus primos que tinham irmãos, que pareciam sempre muito mais felizes do que eu. Cresci sem pai. Pronto, todas estas coisas fazem com que uma criança se sinta, às vezes, diferente. Mas nada de grave e as crianças encontram sempre formas… Felizmente a imaginação das crianças e as formas de se entreterem e de pensar em outras coisas, eu acho que é muito mágica. E depois, infelizmente, parece que se vai perdendo isso. Lá está, no início da idade adulta, eu comecei a piorar.

Desespero. Desespero é assim sempre a palavra… Lembro-me que era a palavra que eu dizia mais se fosse às urgências – porque fui muitas vezes às urgências de psiquiatria no Hospital de São José. Era quase um gesto automático, eu ia. Porque o desespero era tal, antes de se cometer qualquer ato de loucura, e eu tive anos a ir às urgências para pedir ajuda.

Eu também fui percebendo que nessas alturas não pensava propriamente. O teu raciocínio fica turvo. Aliás… Quando eu estou nesse estado mais de desespero, é como eu disse há pouco, eu sinto que não sou uma pessoa, que deixei de ser humana. 

Ficas um corpo, com gestos robóticos. E a única coisa que pensas é: desespero, desespero, desespero. Ficas uma espécie de coisa que mexe, que come, que dorme, que fala, com dificuldade. Mas eu acho que aquilo não é ser humano… Por um lado é ser humano. Eu não imagino os humanos sem sofrimento e sem dor e acho que seria também horrível não experienciares isso, porque acho que é o que nos torna mais generosos. Se não o experienciares como é que tu podes comparar, como é que podes saber… o belo, o horror, o bom, o mau. Agora, se calhar, o ideal era experienciares isso e, pronto, “Ah, já vi como era” e não estares nessa repetição constante, que, no fundo, é o que acontece a quem tem problemas de saúde mental: é uma repetição constante do horror. 

III 

O meu psiquiatra dizia-me uma coisa – eu sou muito consciente, eu sou demasiado consciente até… Ele dizia que eu era uma paciente muito curiosa nesse sentido, porque eu não só admitia que tinha um problema – e que ele achava maravilhoso, como psiquiatra ter essa sorte de ser um paciente dizer “Sim, sim, eu concordo consigo”… Como dizia que eu tinha uma consciência elevadíssima sobre o que eu sou e o que me rodeia. E era também isso me estava a destruir, essa consciência… Ou sensibilidade, não sei o que lhe chamar, é quase o que me faz doente. 

Não tem que haver um motivo propriamente. O namorado não tem de acabar comigo, não tem que morrer alguém. Às vezes basta sentires o horror à tua volta. Não te sei explicar. 

Claro que depois esse horror vira-se para ti própria. Não é só o horror da guerra no mundo, e da fome. Isso depois vira-se para ti. O teu lugar nesse horror: quem és tu, o que é que fazes, como é que sobrevives a isso. Não sei agora se me estou a fazer entender, porque é difícil explicar estas coisas… E porque, de facto, a partir de certa altura isso passa a um não-sentimento, depois passas para a tal de fase de deixares de ser praticamente. Já não é a fase para mim mais avançada. 

IV

Estive internada no Hospital Júlio de Matos três vezes. A primeira vez foi em 2013. E o que acontecia é que até então, até 2013, eu não fazia ideia do que se passava comigo. Não sabia… porque é que me sentia tão mal, não sabia porque é que queria morrer muitas vezes, porque é que sentia que a minha cabeça era caótica, que me sentia tão perdida… Muitas vezes não percebes porque é que sentes aquele desespero todo. Pensas “Mas eu tenho comida, eu tenho um trabalho, eu tenho amigos” – aqueles clichês todos. “Porque é que me sinto tão mal?”. Procurei psiquiatras, tomei mil comprimidos. Só piorava. 

Até que em 2013, cometi um ato mais negro contra mim própria e foi internada. Agora a grande piada disto tudo é que foi por causa desse primeiro internamento, foi um pouco o que me salvou, porque… Eu fui parar ao Júlio de Matos. Fiquei lá internada umas semanas e, desde essa altura, comecei a ser acompanhada por um psiquiatra – que infelizmente agora já não é o meu psiquiatra, foi-se embora de lá –, que me explicou o que é que achava que eu tinha, porque é que aquilo acontecia.

Comecei finalmente a tomar medicamentos em que, pela primeira vez, senti que me acalmavam e que faziam algum efeito. Faziam também efeitos horríveis, como sonolência, como pensamento muito lento. No início, quando não estás habituado, infelizmente é assim. Agora já os tomo há muitos anos, continuo a ser muito lenta, infelizmente, mas já consigo ter uma vida normal com isso. 

Margarida David Cardoso: Ele deu-te um diagnóstico?

Cláudia R. Sampaio: Ele, na altura, deu-me… Isto é outra parte. Eu já não penso muito nisso, porque eu já percebi que… Como uma vez um psiquiatra me disse numas urgências, eles não podem tirar sangue e dizer “Ah, você é bipolar. Aqui está”. Não é tudo… Eles tentam perceber a partir de certos sintomas e o diagnóstico é sempre mais para te darem uma medicação que funcione. E mesmo até para te orientar a nível de terapia. Então nessa primeira altura, esse psiquiatra disse que achava que eu era borderline, sendo que borderline é sempre muito parecido com ser bipolar. Que é o que esta minha nova psiquiatra me diz que eu sou, bipolar. Até posso ser as duas coisas, lá está.

Mas isso é uma coisa que hoje em dia já não penso muito, desde que este consiga funcionar e fazer minha vida. Não quero saber dos nomes. No início dá jeito, sim. Vais pesquisar na internet, como toda a gente. Depois eles dizem “Não pesquise na internet, isso é horrível”. E eu percebo, porque cada caso é um caso. Isto é muito importante que as pessoas saibam e eu aprendi isso. Os bipolares não são todos iguais, nem os borderlines nem os esquizofrénicos nem as pessoas só com depressão, porque depende muito da maneira como tu cresceste, depende das tuas características, da tua personalidade, da tua educação. Não há nenhum caso igual a outro. E é muito difícil… 

Depois percebi que é muito difícil descobrires teres um bom acompanhamento, encontrares um psiquiatra com o qual te identifiques. Este psiquiatra que eu tive durante muitos anos, desde esse primeiro internamento, foi o primeiro que captava a minha personalidade, a minha essência, o que é que eu gostava, o que eu não gostava e tínhamos longas conversas. Ele percebia a minha paixão pela arte. Foi o primeiro que falou sobre isso – vê bem, uma pessoa que escrevia e que só pensava nisso, ele foi o primeiro que falou sobre isso, ele foi o primeiro que pensou “Então, esta miúda se fizer mais coisas, se fizer mais arte, com certeza, vai sentir-se um pouco melhor”. Uma coisa tão óbvia. Se estás perdida, se calhar, tem que ser alguém sentado à sua frente, imparcial, que não te conheça dizer-te isso “Ah, porque é que você não escreve mais? Porque é que não pinta mais? Porquê?” Ele foi o primeiro. Às vezes são pequenas coisas, mas podem funcionar.

V

E no segundo internamento, como eu não conseguia escrever porque estava demasiada drogada, pedi à minha mãe para me levar lápis e papel e comecei a desenhar o que via – assim uns desenhos muito mal feitos. E depois quando saí apeteceu-me pintar. E comecei a pintar. Não tinha trabalho, não tinha dinheiro, não tinha nada. E só me apetecia fazer isso. Depois comecei a mostrar as minhas pinturas no Facebook. As pessoas começaram a ter algum interesse. Depois comecei a vender. Na altura, não tinha absolutamente dinheiro nenhum. Mas foi muito complicado, porque eu não fazia ideia de como é que ia viver. Não tinha trabalho, não tinha… Era impensável, para mim, voltar a trabalhar na área em que trabalhava, eu escrevia para televisão. E, depois desse internamento – que foi o maior, foi um mês e meio –, eu descobri que eu estava a matar-me no sentido… Eu descobri que sou uma pessoa…

Eu não consigo viver contra mim, contra as coisas que eu gosto, contra as coisas que eu quero mesmo fazer. Eu tenho pavor de estar a desperdiçar o meu tempo. E comecei a perceber que, se calhar, era por isso que eu queria morrer. Eu pensei “Eu não estou a fazer o que eu quero fazer da minha vida, então para isso mais vale morrer”. E pensei “Eu não quero realmente morrer”. Eu acho que ninguém quer realmente morrer, não é? Eu percebi que eu já estava um bocado morta. 

Então, eu pensei: ou eu faço alguma coisa para me sentir viva ou, então, não vale a pena. E percebi que se não me sinto viva se fizer as coisas que realmente me interessam, que eu acho que não são uma perda de tempo, como, por exemplo, escrever e pintar. Eu podia nem sequer ter livros publicados. Se calhar, podia até acontecer ninguém ler a minha poesia, mas eu iria sentir que estava a ser verdadeira comigo, não é? Quando escrevo sinto que estou a ser verdadeira. Se calhar, isto resume-se numa frase, que eu descobri que preciso da arte para estar viva. A arte… Agora vou dizer um grande clichê, a arte salvou-me. Mas sim, sim.

VI

Margarida David Cardoso: A Adília Lopes tinha dito numa entrevista: “É claro que o poeta é sempre o idiota da família, o maluquinho.”

Cláudia R. Sampaio: Aconteceu-me um pouco, sim. Mas a Adília… Gosto muito da Adília. Quem não gosta?

VII

As pessoas simplesmente não entendem ainda o que é ter uma doença mental e não percebem que a principal coisa que se deve fazer é primeiro dizeres “Ok, vou ouvir-te. Vou tentar perceber o que se passa contigo”. Este é um gesto, isto é uma coisa tão simples, mas muitas vezes é uma ajuda gigantesca. Para já porque nós próprios muitas vezes não sabemos o que é que se passa connosco. E se além de não sabermos porque é que estamos naquele estado, ainda termos dedos apontados… E depois ouvimos coisas como “Ai, isso é mimo. Devias era ocupar-te”. Coisas de quem realmente não percebe, porque não está na tua pele.

E nunca ninguém vai perceber o que está na tua cabeça. É impossível.

É muito complicado perceberem. Porque querem sempre encontrar um motivo, em vez de perceberem que não tem de haver um motivo. Por isso é que eu sei que é uma doença, por isso é que sofres com isso. Não tem de ter um motivo. Ficam centradas em “Então, mas porque não vais à praia? Mas e por quê? Porque morreu alguém? Não morreu ninguém. Ah, é porque não tens trabalho. Não, mas tu tens trabalho. Ah, é porque o teu namorado acabou contigo…” Não percebem que até pode ser isso tudo, pode ser… Isso pode ajudar, mas não tem que ser propriamente nada. 

Ninguém escolhe ter uma doença, é isso que as pessoas não percebem. Não me apetece propriamente ser bipolar ou outra coisa qualquer. Se eu pudesse, garanto que não era. Lá está as pessoas têm uma ideia, ainda… Mas lá está, é porque não há discussões suficientes sobre isso, é porque não há programas que eduquem as pessoas acerca destes assuntos, mesmo desde a escola. Eu acho que toda a gente, desde a primeira classe, devia crescer aprendendo o que é isto, caso te aconteça teres um problema de saúde mental. Os psicólogos deviam ser gratuitos. Devia ser obrigatório até toda a gente ter consultas, para veres como é que está a tua saúde mental. Assim já ninguém tinha vergonha, se tivesse sido sempre assim ou desde há muito tempo. Hoje em dia não havia vergonha de falar sobre isto. Ainda estamos neste campo de “Bora lá, então, desmistificar o que é isto”.

VIII

Margarida David Cardoso: Cláudia R. Sampaio estava a tentar escrever pouco antes de chegarmos para esta entrevista, em junho de 2020. Sentamo-nos à mesa no pátio da casa onde já não mora, no rés-do-chão de um prédio na Penha de França. Estranhamente numa das colinas de Lisboa, ouvem-se nitidamente os pássaros. E, de vez em quando, uma criança que chora à janela, uma vizinha que fecha os estores, uma mota que passa na rua.

Cláudia escreve e pinta. É uma das criadoras residentes no Manicómio, um espaço de criação para artistas com doença mental e uma plataforma para promoção do seu trabalho. Um espaço com sede em Lisboa que é de arte, não de terapia.

Tem vários livros publicados – alguns eram algo difíceis de encontrar até que, em 2020, o escritor Valter Hugo Mãe reuniu grande parte numa coletânea com o título “Já não me deito em pose de morrer”. Em abril de 2021, estreou a peça de teatro, com um texto seu, chamada “A Loucura é o mais credível oráculo”. E, em 2022, saiu um novo livro “Uma mulher aparentemente viva”.

IX

Bernardo Afonso: “Há mágoas íntimas que não sabemos distinguir, por o que contêm de subtil e de infiltrado, se são da alma ou do corpo, se são o mal-estar de se estar sentindo a futilidade da vida, se são a má disposição que vem de qualquer abismo orgânico — estômago, fígado ou cérebro. […] Minha alma está hoje triste até ao corpo. Todo eu me doo, memória, olhos e braços. Há como que um reumatismo em tudo quanto sou. […] Nada me é nada. Estou triste, mas não com uma tristeza definida, nem sequer com uma tristeza indefinida. Estou triste ali fora, na rua juncada de caixotes. Estas expressões não traduzem exatamente o que sinto, porque sem dúvida nada pode traduzir exatamente o que alguém sente. Mas de algum modo tento dar a impressão do que sinto, mistura de várias espécies de eu e da rua alheia, que, porque a vejo, também, de um modo íntimo que não sei analisar, me pertence, faz parte de mim.”

Citação do Livro do Desassossego, de Bernardo Soares

CRÉDITOS

Nuno Viegas: Acabaste de ouvir o quinto e último prólogo da série Desassossego sobre saúde e doença mental. Este chama-se “Dentro dos meus sapatos”. O próximo episódio o primeiro narrativo vem daqui a uma semana.

Mas podes ouvi-lo agora mesmo esse e todos os seguinte se fizeres uma contribuição mensal para o Fumaça. Quem nos apoia já tem acesso à série completa de 13 episódios há uma semana. Vai a fumaca.pt/contribuir e ajuda-nos a ter a primeira redação profissional portuguesa totalmente financiada pelo público.

Este episódio foi escrito pela Margarida David Cardoso, que fez a entrevista que lhe dá origem. O Bernardo Afonso compôs e interpretou a banda sonora original, fez a edição e o desenho de som e é ainda a voz que ouves a recitar excertos do Livro do Desassossego, de Bernardo Soares. O Pedro Miguel Santos fez a edição e revisão de texto. Eu, Nuno Viegas, fiquei com a verificação de factos. A Joana Batista criou a identidade visual. A Maria Almeida e o Ricardo Esteves Ribeiro, a estratégia de marketing. O Fred Rocha fez o desenvolvimento web. Todas estas pessoas participaram na construção coletiva da série.

Podes encontrar em fumaca.pt a transcrição de todos os episódios, fontes, documentos e imagens relacionadas. Fazem ainda parte da equipa Fumaça: Danilo Thomaz e Luís Marquez. 

A produção desta série foi parcialmente financiada por bolsas de apoio ao jornalismo de investigação da ARIS da Planície – Associação para a Promoção da Saúde Mental, do Sindicato dos Jornalistas, em parceria com a Roche e da Fundação Rosa Luxemburgo. Podes ver os contratos em fumaca.pt/transparencia.

Até já.

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