Eleições Europeias 2019

Análise: Manuel Dias dos Santos e Riccardo Marchi sobre extrema-direita e populismos

Na noite em que se revelavam os resultados das eleições europeias de 2019, analisámos de que forma o crescimento dos partidos de extrema-direita e dos discursos populistas condicionaram a campanha eleitoral e vão moldar, ou não, a ação do Parlamento Europeu nos próximos anos.

Em estúdio, recebemos Manuel Dias dos Santos, sociólogo, historiador, membro fundador e porta-voz da Plataforma de Reflexão Angola. E também Riccardo Marchi, historiador. Dedica-se, há quase duas décadas, à investigação sobre as relações entre Estados e organizações radicais na Europa contemporânea, em particular os radicalismos de direita.

Alguns dos seus pensamentos:

A comunicação social, em Portugal, está mortinha para encontrar o líder populista para poder pôr nas primeiras páginas dos jornais e dos telejornais. Sentem-se um bocado menorizados, em relação aos colegas do resto da Europa, porque não têm material quente para falar deste tema.
Riccardo Marchi

“Do meu ponto de vista, minimizar esse crescimento [da extrema-direita] é um perigo. Falou-se aqui muito bem: é um desafio para serem força incontornável. Eu não tenho receio nenhum de acreditar que eles mais rapidamente cheguem a consensos do que os outros partidos, ditos tradicionais”.
Manuel Dias dos Santos

“No espectro político à direita, em Portugal, até agora, ainda não surgiu nenhum empreendedor político capaz de mobilizar o eleitorado“.
Riccardo Marchi

Acima de tudo, os partidos centristas na Europa estão com uma dificuldade muito grande em relação a essas novas dinâmicas que ocorreram. Porque eles tinham, como é que eu posso dizer, um espaço garantido. E, de repente, viram esse espaço a ser questionado. Nunca tinha passado pela cabeça dos grandes partidos europeus ter de repensar questões como essa, da identidade da Europa.
Manuel Dias dos Santos

“Esta ideia feita passar pelos ‘mainstream media’, na campanha eleitoral, de que havia uma vaga de ultra direita, uma onda negra que estava a chegar à Europa, é uma constante nas últimas duas décadas. Parece quase uma forma de exorcizar este perigo”.
Riccardo Marchi

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