Segurança Privada: Exército de Precários (Extra)

Sofia Figueiredo sobre abusos laborais na segurança privada

Esta entrevista foi disponibilizada à Comunidade Fumaça em conjunto com o primeiro episódio de “Exército de Precários”, um audiodocumentário, em oito partes, sobre a segurança privada em Portugal.

Entrevistámos Sofia Figueiredo, em março de 2020, na redação do Fumaça, no Bairro Alto, em Lisboa. Chegou uns minutos antes do previsto, o suficiente para se cruzar com dois seguranças privados que por acaso deixavam a essa hora o nosso estúdio. Conheciam-se, apesar de não partilharem nem posto nem empregador.

Baixa, com um sorriso constante, Sofia Figueiredo tem uma vasta rede de contactos entre vigilantes descontentes com as condições de trabalho no setor. Candidata não eleita pelo Bloco de Esquerdas nas Eleições Legislativas de 2019, concorrendo em sétimo lugar pelo círculo de Setúbal, é ativista tanto quanto segurança.

Esteve no núcleo duro da luta pela criação do Estatuto do Cuidador Informal, que foi aprovado pela Assembleia da República, em 2019. Desde 2020, dedicou-se a denunciar o limbo legal criado pela antiga da lei da transmissão de estabelecimento, revista em fevereiro de 2021.

Hoje, é vigilante na portaria da sede da Autoridade para as Condições do Trabalho, em Lisboa, ao serviço da PSG. Antes, trabalhou em vários postos para a 2045 – empresa de que foi fundador Jaime Neves, figura maior dos Comandos portugueses. Sofia Figueiredo diz que, no setor, ainda se nota a influência das forças de segurança públicas e militares.

Com o apoio:

A série “Exército de Precários” foi realizada com o apoio de bolsas de investigação jornalística atribuídas pela Fundação Calouste Gulbenkian (2018) e Fundação Rosa Luxemburgo (2020). Os contratos podem ser consultados em www.fumaca.pt/sobre.

Título atualizado a 22 de fevereiro de 2023 substituindo a citação “Quando entramos na segurança, somos um número. Se quisermos os nossos direitos, passamos a ter nome” pelo tema tratado

Subscreve a newsletter

Escrutinamos sistemas de opressão e desigualdades e temos muito que partilhar contigo.