Colonialismo

Marta Araújo sobre como os manuais escolares narram o colonialismo, a escravatura e o racismo

Conversámos com a Marta Araújo, doutorada pela Universidade de Londres, Investigadora Principal do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e foi responsável, entre outros, pelo estudo “Raça e África em Portugal: um estudo sobre manuais escolares de história” onde foram analisados manuais escolares de história desde o 25 de Abril.

Desde que o É Apenas Fumaça começou que a maneira como abordamos a História do nosso país foi um dos temas a que mais nos dedicámos. A maneira como narramos os acontecimentos passados explica em parte as decisões que fazemos hoje e a maneira como pensamos sobre a sociedade. Isto é especialmente importante na Educação, e para quem tem acompanhado alguns dos nossos episódios anteriores, percebe que a narração do Colonialismo, do Racismo, e do Escravatura nas salas de aula tem sido abordada por alguns dos nossos convidados, desde o António Brito Guterres, à Cristina Roldão e ao Pedro Abrantes, à Beatriz Gomes Dias e à Joana Gorjão Henriques.

Não gostamos de arranhar a superfície de gelo. Queremos quebrá-lo, e aprofundar os temas que achamos serem estruturantes da sociedade. Foi isso que a Marta Araújo fez, quando estudou 80 manuais escolares de História em Portugal, desde o 25 de Abril. Quis perceber como os manuais narram o Colonialismo; como explicam a escravatura; como representam visualmente os africanos e os escravos; como contam a estória das lutas da libertação; e como mencionam o estatuto do indigenato. Conversámos sobre tudo isso, e sobre o papel que estes mesmos manuais escolares têm na perpetuação da ideia do eurocentrismo em Portugal, da escola aos discursos políticos, por entre a nossa sociedade.

Título atualizado a 6 de outubro de 2023 para substituir a citação “Há uma despolitização imensa do período colonial” pela identificação do tema tratado.

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