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Jornalismo independente, progressista e dissidente
Uma crise humanitária. É assim que a Jéssica Lopes define o que passam hoje os imigrantes indocumentados em Portugal na sua procura pela regularização no país. Falamos de quem viaja para cá à procura de uma vida melhor. De quem chega e encontra trabalho, de quem se esforça por ter um contrato, por descontar para a Segurança Social, e por pagar os seus impostos enquanto espera por notícias do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sobre a sua regularização.
Espera. É esta uma das palavras mais ouvidas por quem procura ter autorização de residência em Portugal. São meses e anos de espera no que será, para alguns, a viagem mais longa das sua vidas, mesmo que tenham ficado os seus países de origem a milhares de quilómetros de distância.
Segundo a Jéssica, que é ativista na Solidariedade Imigrante e investigadora no CIES – Centro de Investigação e Estudos de Sociologia de Lisboa, estes imigrantes estão hoje a pagar pelos erros e incompetências do SEF e do Governo português. Enquanto se submetem a condições de “escravatura” para que possam ter o contrato e os descontos necessários, faltam-lhes acessos básicos a saúde, habitação, educação.
Conversámos sobre o que tem de passar um imigrante após chegar a Portugal, sobre quem e como decide quem fica no país ou é convidado a sair; sobre o que acontece grávidas imigrantes quando estão a pouco tempo de dar à luz; sobre a diferença de tratamento para quem tem dinheiro para investir e para quem apenas procura uma vida melhor; e sobre como é aliado da realidade o discurso intercultural que os portugueses promovem.
Fotografia: bomdia.eu
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