Prisões

Há 12 mil pessoas presas em Portugal. Todos os anos, cinco mil saem, e cinco mil entram. Nesta investigação, procuramos o objetivo dessa reclusão, expomos as violências que encerra, e questionamos a sua eficácia.

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Progresso da investigação

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anos de investigação

  • A transcrever as entrevistas que já fizemos a pessoas reclusas, suas amigas e familiares, para perceber que perguntas levamos para dentro dos estabelecimentos prisionais.
  • A entrevistar funcionários da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais a trabalhar no interior e exterior das prisões.
  • A ler sobre a história do sistema prisional português, e a preparar entrevistas que a explorem.
  • A consultar os processos judiciais que acompanham alguns dos casos específicos que temos seguido nos últimos anos.
Se estás ou estiveste ligado ao sistema prisional e queres falar connosco, podes enviar um email para [email protected], e também mandar mensagem ou telefonar ao (351) 913 396 762.

Entrevistas Publicadas:

Carlos Rato sobre violações de direitos humanos no sistema prisional

Há praticamente quatro décadas que Carlos Rato intervém nas prisões portuguesas. Serviu como visitador prisional. Esteve na fundação de uma casa de abrigo e transição. Já cumpriu ele próprio uma pena. E é hoje diretor da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR). Nesta entrevista, denuncia o fracasso do projeto reabilitativo do sistema penal português, a violência exercida contra pessoas reclusas, e a falta de condições dignas de habitabilidade nas prisões nacionais.

Ana Pereira Roseira sobre guardas prisionais

Ana Pereira Roseira estudou, durante os seis anos de doutoramento, os percursos e testemunhos dos guardas de três estabelecimentos prisionais portugueses. Nesta entrevista, fala sobre as suas funções ao longo da história, as suas condições de trabalho e a tensão entre securitarismo e direitos humanos.

Ricardo Costa sobre os anos que esteve preso, dignidade e classe  

Durante os seis anos que Ricardo Costa esteve preso, viu um sistema que impõe regras em sentido contrário às necessidades das pessoas reclusas. “É pensado para oprimir as pessoas e para lhes quebrar o espírito”, diz. Fala na primeira pessoa, retrata a sua própria experiência, mas o que conta ouvimos também de académicos e ativistas que entrevistámos sobre o sistema prisional ao longo dos últimos dois anos.

Sara Hyde sobre a função das prisões

Sara Hyde, ativista britânica e doutoranda em criminologia, não acredita num mundo sem prisões. Mas acha preciso encontrar alternativas aos atuais “enormes e destrutivos caixotes do lixo” em que se encarceram pessoas. Nesta entrevista, aponta as falhas e contradições do atual sistema penal, que “em grande parte” serve para criminalizar a pobreza, e traça um caminho para a sua reforma.

Rafaela Granja sobre família e parentalidade na prisão

Rafaela Granja, socióloga e investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, reflete sobre as experiências femininas de reclusão, a sexualidade dentro dos muros de um estabelecimento prisional, e o impacto de uma pena de prisão em pessoas reclusas e nas suas famílias.

Marco Ribeiro Henriques sobre trabalho na prisão

Como qualquer cidadão, uma pessoa presa tem direito a trabalhar e não pode ser obrigada a fazê-lo, se assim não o desejar. No entanto, na maioria dos casos, não recebe o mesmo pelo mesmo trabalho feito por uma pessoa livre. Longe disso. “Há pessoas presas que trabalham sete a oito horas por dia, em linhas de produção, têm hierarquia e recebem 60 euros por mês. O trabalho mais bem pago dentro da prisão não chega a cinco euros por dia – e é o Estado português que paga”, diz Marco Ribeiro Henriques, jurista e investigador em Direitos Humanos, Direito penal e Política Criminal, com especial foco no trabalho prisional e na condição das mulheres presas.

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