“Exército de Precários” recebe prémio Direitos Humanos e Integração

A série audiodocumental Exército de Precários venceu a categoria de rádio do Prémio de Jornalismo – Direitos Humanos e Integração, atribuído pela Comissão Nacional da UNESCO e a Secretaria Geral da Presidência do Conselho de Ministros. A distinção procura “reconhecer o trabalho desenvolvido por profissionais da comunicação social, a nível nacional, em prol dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.”

Publicado entre janeiro e março de 2021, Exército de Precários resulta de uma investigação de dois anos e meio no interior da segurança privada portuguesa. Ao longo de oito episódios, expõe um setor de precariedade extrema e violência sistémica largamente financiado pelo Estado.

O galardão chega enquanto o Fumaça publica a sua nova série: Desassossego vai das promessas à prática na eternamente adiada reforma da saúde mental em Portugal, expondo o impacto da sua demora em doentes, familiares e profissionais de saúde. O audiodocumentário está a ser lançado até janeiro, mas já pode ser ouvido na íntegra pela Comunidade Fumaça.

Na categoria de rádio, foi distinguida ex aequo Bissau – Geração Futuro, trabalho de Paula Borges emitido pela RDP África. Apontados a dedo, peça de Filipe Santa Bárbara e Margarida Adão, para a TSF, recebeu uma menção honrosa, bem como a reportagem da Antena 1 Cabo Delgado, a bússola estilhaçada, por Nuno Amaral. Foi um trabalho em áudio a conquistar o Prémio Imprensa Regional e Local: venceu Uma casa com vista para o céu. Como (sobre)vivem os sem-abrigo de Braga ao frio, assinado por Liliana Oliveira, na Rádio Universitária do Minho.

A reportagem A vida inteira com o salário mínimo. “Uma constante dor de cabeça”, de Natália Faria, Adriano Miranda e Francisco Lopes, para o Público, venceu na categoria de imprensa escrita. Houve ainda menções honrosas para A caminho de sítio nenhum, por Margarida Vaqueiro Lopes e José Carlos Carvalho, na Visão, Nós somos oito mil histórias, publicado no Expresso, por Marta Pereira Gonçalves, Tiago Miranda, Rúben Tiago Pereira, Tiago Santos Pereira e Maria Romero; e para outras duas peças do Público: o trabalho Para os jovens trans, ir à escola é “uma batalha”: “tinha medo de que me agredissem”, assinado por Andreia Friaças, e a peça Como está a União Europeia a acolher quem precisa? de Cátia Nabais Mendonça, Rui Pedro Paiva e José Carlos Alves.

Ex aequo, foram distinguidas na categoria de meios audiovisuais a reportagem multimédia em quatro capítulos Por ti, Portugal, eu juro!, um trabalho da redação sem fins lucrativos Divergente, assinado por Diogo Cardoso, Sofia da Palma Rodrigues e Luciana Maruta, e As guardiãs do Sado, de Sandra Salvado, Rui Manuel Rodrigues e Sara Cravina, com transmissão na RTP. Houve menções honrosas para a peça Bebé afegã salva em Portugal, também da RTP, por Catarina Cadavez, Rodrigo Lobo e Joana Melo; a grande reportagem O bairro, de Maria José Garrido, para a TVI; Líbano, de Susana André, Odacir Júnior, Ricardo Tenreiro, Cláudia Ganhão, Diana Matias, Octaviano Rodrigues, Rui Branquinho e Amélia Moura Ramos, para a SIC e SIC Notícias, e, para os mesmo canais, o trabalho À Margem, assinado por Dulce Salzedas, João Lúcio, Tiago Martins, Isabel Cruz, Diana Matias, Luís Botas, José Eduardo Zuzarte, Paulo Cepa, Octaviano Rodrigues, Rui Branquinho e Amélia Moura Ramos.

O Prémio de Jornalismo – Direitos Humanos e Integração atribui um total de dez mil euros, distribuído entre os vencedores de cada categoria. Serão entregues ao Fumaça 1250€ para financiar a redação, que depende de doações mensais recorrentes do seu público.

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